Comissão do Senado convida Glenn Greenwald para falar sobre conversas vazadas

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que protocolou o pedido, diz que a divulgação das informações provocou repercussão nacional e internacional e precisa de esclarecimentos
Estadão Conteúdo
Publicado em 03/07/2019 às 17:24
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que protocolou o pedido, diz que a divulgação das informações provocou repercussão nacional e internacional e precisa de esclarecimentos Foto: Foto: Agência Brasil


A Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (3) um requerimento para que o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil, compareça à Casa e preste esclarecimentos sobre as mensagens vazadas entre o então juiz Sergio Moro e integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato

O pedido foi protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da minoria. Ele diz que a divulgação das informações provocou repercussão nacional e internacional e precisa de esclarecimentos.

"As reportagens (...) mostram a suposta troca de mensagens ocorridas entre essas autoridades, colocando em dúvida a necessária imparcialidade sobre a atuação do juiz Sergio Moro, agora ministro da Justiça, nos processos criminais sob sua condução, assim como na dos procuradores envolvidos, entre eles Deltan Matinazzo Dallagnol", diz o requerimento.

O texto lembra que as reportagens mostram supostas orientações de procedimentos investigativos aos procuradores sobre a Operação Lava Jato, o que infringe dispositivos da Constituição Federal e do Código de Processo Penal.

"A presença do autor dessas impactantes reportagens a esta Comissão de Constituição e Justiça é fundamental para o esclarecimento de um assunto que vem trazendo enorme repercussão para o País. É a oportunidade para que traga as explicações que considere necessárias à sociedade brasileira".

Ida à Câmara

O jornalista Glenn Greenwald foi à Câmara dos Deputados em 25 de junho prestar esclarecimentos e garantiu, em seu depoimento aos parlamentares, que as mensagens eram reais. Sua presença serviu de palco para a oposição atacar Sergio Moro e pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro desde abril de 2018. Já os congressistas da base do governo foram críticos a Greenwald - alguns sugeriram que ele deveria deixar o País ou ser preso por ter "colaborado" com o hacker.

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