O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que no segundo semestre deste ano o governo vai fechar o pacto federativo, que dá maior autonomia aos Estados, e aprovar no Congresso a reforma tributária, o que deve ajudar a destravar a economia.
Ele deu como exemplo de problema das amarras orçamentárias, que também atingem o governo federal, informando que o ministro da Justiça, Sergio Moro, quer R$ 500 milhões para a Força de Segurança Nacional, mas tem R$ 1,5 bilhão para construir penitenciárias e não pode utilizar esses recursos para outra finalidade.
"Ele não pode colocar a mão, quem disse que ele quer fazer penitenciária? Não pode isso...", declarou durante palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Segundo o ministro, "para ver onde chegou o manicômio tributário", as igrejas não podem ser tributadas, mas gastam dinheiro para poder manter o governo informado das suas contas. "A multa se a igreja não informar é de R$ 40 mil", informou.
Ele reafirmou a intenção do governo de "disparar o canhão da privatização", e, sem dar detalhes, disse que "vem empresa grande por aí".
No último dia 17 de julho, quando esteve na Argentina, Paulo Guedes afirmou que as propostas de reforma tributária em tramitação no Congresso Nacional convergem com a proposta do governo. Ele disse também que detalhará em breve a proposta do governo, mas adiantou que esta se concentrará na unificação de tributos federais e na criação de um imposto sobre transações.
“Serão projetos convergentes. Vamos falar disso muito brevemente. Tínhamos as prioridades. Todos trabalhando ao mesmo tempo. Tudo tem um timing político. Quem dá é a própria classe política. Isso processado, vamos entrar com [a revisão do] pacto federativo e a reforma tributária. Nossas propostas vão acabar conciliando várias versões do que está acontecendo lá”, declarou o ministro, que participou da 54ª Reunião de Cúpula do Mercosul.