Após o caso das mensagens publicadas pelo Intercept ser desarquivado na última terça-feira (13), os advogados Eduardo Mendonça e Felipe de Melo Fonte deixaram a defesa do chefe da força tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, nos processos em que ele responde no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Diante disso, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Rezek atuará nas causas de forma gratuita.
Mendonça e Fonte afirmam que a decisão foi de comum acordo e chegou a ser comunicada a Dallagnol na última semana. Nos bastidores, ambos têm dito que deixaram a defesa por não terem vontade de atuar no caso das mensagens e, por acreditar que sua defesa deve ser unificada, decidiram deixar todos os casos que o procurador respondia.
Os advogados defendiam Deltan em dois casos: o processo aberto pelo presidente do STF, o ministro Dias Toffoli, após o procurador tecer críticas ao Supremo na Rádio CBN e na reclamação disciplinar aberta pelo senador Renan Calheiros (MDB) por publicações de cunho político-partidárias nas redes sociais de Deltan.
Deltan ainda se tornou alvo na ofensiva de advogados de defesa do ex-presidente Lula após pedido de suspeição do chefe da Lava Jato e outros integrantes da ação que atuaram no processo do triplex de Guarujá (SP), responsável por sua prisão.
De acordo com Rezek, o pedido para defender Deltan veio da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). "Já respondi que ajudarei na medida de minhas possibilidades, e que o farei 'pro bono'", disse Rezek, que já presidiu o Tribunal Superior Eleitoral e foi ministro das Relações Exteriores durante o governo Collor.