Mourão rebate Trump e diz que ato de taxar aço e alumínio reflete tensão geopolítica

Donald Trump anunciou que vai retomar tarifas sobre o aço e o alumínio
Estadão Conteúdo
Publicado em 02/12/2019 às 14:53
Segundo Mourão, as medidas que estão sendo tomadas pelo governo Bolsonaro não significa que o equilíbrio macroeconômico será deixado de lado Foto: Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil


Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar no Twitter que vai retomar tarifas sobre o aço e o alumínio de Brasil e Argentina, o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, rebateu Trump nesta segunda-feira, 2, e disse que o gesto do norte-americano é característico da tensão geopolítica que o mundo vive.

"Hoje, pela manhã, Trump disse que vai aumentar as tarifas do aço brasileiro porque estamos desvalorização de forma artificial as nossas moedas. Não é o que está acontecendo", disse o vice-presidente. "Isso (o ato de Trump) é uma característica da tensão geopolítica que estamos vivendo, que gera protecionismo e é anticíclica em relação à globalização", acrescentou.

Mourão deu as declarações após falar sobre o conflito comercial entre Estados Unidos e China, que, na sua visão, gera oportunidades para países como o Brasil e leva a reações como a de Trump.

"EUA e China passam por um choque tecnológico, comercial, mas é também uma disputa de poder", afirmou Mourão. "Óbvio que abre oportunidades a países como nós, que precisamos dinamizar exportações, de financiamento de infraestrutura, de construção, e os chineses estão dispostos a financiar", disse. "Esse protagonismo provoca tensão no cenário internacional", declarou

Mourão participou de um evento em São Paulo promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele fez discurso de abertura da 13ª edição do Congresso Brasileiro da Construção.

Ligação 

O presidente Jair Bolsonaro disse, também nesta segunda que, se for o caso, conversará com o presidente dos EUA, Donald Trump, em relação ao aumento de tarifas sobre aço e alumínio de Brasil e Argentina como forma de compensar a desvalorização da moeda destes países.

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