O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está sendo cobrado por seguidores que querem respostas mais claras sobre a possibilidade de o governo subsidiar as contas de luz de grandes templos religiosos espalhados pelo Brasil. Ele, inclusive, pediu que o Ministério de Minas e Energia (MME) elaborasse uma minuta de decreto sobre o assunto, que já foi enviada para a pasta da Economia. Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o principal alvo da medida, que tem gerado atritos dentro do governo.
"Tudo o que o Senhor diz é distorcido nas redes sociais. Mas por favor, não dê isenção nas taxas de luz somente para templos evangélicos. O Estado é Laico", comentou uma das seguidoras do presidente no Facebook e outra rebateu: O Estado é laico, mas não sem Deus. Agora, é a vez das maiorias mandar no Brasil!!!".
Alguns comentários chamam a atenção do presidente, tanto que ele os responde, mas de forma irônica. "Subsídios para igrejas pagarem um valor menor em energia elétrica, aí não né presidente. Já não basta a isenção de impostos". E Bolsonaro respondeu: "beber até cair não dá, né Maycon?". Em sua foto de perfil, o rapaz está segurando uma cerveja.
Confira algumas das reações de Bolsonaro:
O assunto não está sendo tratado só nas redes sociais, mas também dentro do governo. O ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, já afirmou que caso o governo venha a subsidiar a conta de luz dos templos religiosos, o impacto seria "insignificante" para o contribuinte. Nas contas do ministro, a população brasileira teria que pagar "apenas" R$ 30 milhões ao ano.
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Bento disse ainda que a medida visa atender a maioria da população brasileira. “O pleito é de todos os templos, de todos os segmentos religiosos... 92% da população brasileira, de acordo com as pesquisas, o último censo, tem alguma prática religiosa. E o governo é sensível a isso, que vai atender à maioria total da população”, disse à agência Reuters. A principal questão é sobre o subsídio ser apenas para os grandes templos. Ou seja, religiões que não têm templos grandiosos estariam de fora. As principais beneficiadas seriam as igrejas evangélicas e católicas.
Já a equipe econômica comandada pelo ministro Paulo Guedes rejeita a medida, que vai na contramão da agenda do titular da Economia no governo Bolsonaro. Guedes é conhecido por defender a redução de benefícios desse tipo. Apesar disso, o MME confirmou que o assunto está sendo avaliado.
Adversários e aliados do presidente Jair Bolsonaro também comentaram sobre a possibilidade de subsídios na conta de luz de grandes igrejas no Twitter: