O ex-capitão Adriano da Nóbrega, miliciano investigado por envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSL) e do motorista Anderson Gomes, foi morto em confronto com a polícia da Bahia neste domingo (9), de acordo com as autoridades locais. Adriano estava escondido no sítio do vereador do PSL Gilsinho da Dedé (PSL), em Esplanada.
Adriano estava foragido da polícia há mais de um ano e era investigado pela polícia e pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio (Gaeco).
A polícia apreendeu quatro armas e 13 celulares na casa onde ele estava. Segundo a polícia, ainda foram achadas mais duas espingardas, um revólver e 12 celulares. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Adriano da Nóbrega efetuou disparos e foi ferido na troca de tiros. Ele teria sido levado a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.
O miliciano acusado de comandar a mais antiga milícia do Rio de Janeiro, investigado no caso da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018, nunca foi acusado oficialmente pelo caso e as apurações até agora não foram conclusivas.
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De acordo com a Folha de São Paulo, uma funcionária informou que ele já teria chegado morto, diferente do que afirmou o governo da Bahia. A versão oficial é que ele ainda estaria vivo ao chegar no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
O PSOL divulgou uma nota pública exigindo esclarecimento sobre a morte do miliciano ligado a Flávio Bolsonaro. A nota diz que "através de sua Executiva Nacional, de sua direção regional Bahia e parlamentares, solicitará uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública daquele estado para obter maiores informações, uma vez que Adriano da Nóbrega era peça chave para revelar diversos crimes, incluindo aqueles envolvendo Queiroz e Flávio Bolsonaro' no caso da "rachadinha".
O miliciano ligado à Flávio Bolsonaro estava escondido no sítio do vereador Gilsinho da Dedé (PSL), na cidade de Esplanada (BA). o vereador que se filiou ao PSL em 2016, quando o presidente Jair Bolsonaro ainda não estava filiado ao partido, disse ter ficado surpreso quando soube que o ex-capitão do Bope estava escondido em seu sítio e sugeriu que o sítio foi invadido. "Fui informado por um vizinho que estava tendo uma operação e perguntando se estava sabendo de alguma coisa, achando que era assalto. Estou viajando e não tinha informação nenhuma, recebi apenas isso".
De acordo com o vereador, ele apoiou Fernando Haddad na campanha da presidência em 2018. “Eu voto mais aliado à esquerda. Votei contra Bolsonaro, votei em Haddad. O PSL aqui na Bahia na eleição passada era aliado à base do governo”. Ele afirmou querer sair do PSL ainda este ano, quando abre uma brecha na regra de fidelidade partidária, em abril.
O vereador é irmão do deputado estadual Alex de Lima (PSB) e do ex-prefeito de Esplanada, Rodrigo de Dedé. Os três formam um dos principais clãs políticos da região. O deputado também disse à Folha que o sítio do irmão foi invadido durante a madrugada, quando o local estava vazio.