Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e do Brasil, Jair Bolsonaro, tiveram um encontro nesta sexta-feira (28) em Osaka (Japão), um momento marcado por uma intensa troca de elogios.
Bolsonaro é comparado com frequência ao presidente americano e é chamado por parte da imprensa internacional de "Trump dos trópicos".
E os dois governantes reservaram apenas elogios um ao outro líderes durante uma reunião bilateral à margem do encontro de cúpula do G20 em Osaka.
Esta foi a segunda vez que os dois se reuniram, após o primeiro encontro em março na Casa Branca.
"Ele é um homem especial, está muito bem, muito amado pelo povo do Brasil", declarou Trump.
Bolsonaro respondeu: "Eu sou um grande admirador há muito tempo, inclusive antes de sua eleição".
"Eu apoio Trump, apoio os Estados Unidos, eu apoio sua reeleição", completou o presidente brasileiro.
Jair Bolsonaro pode ser um raro aliado para Trump em uma reunião do G20 que pode ser uma das mais conturbadas em vários anos, com as disputas sobre comércio, a mudança climáticas e as tensões no Oriente Médio na agenda.
Como Trump, Bolsonaro é considerado um cético da mudança climática. O brasileiro também segue o modelo do presidente americano de uso intenso das redes sociais.
Bolsonaro também se reuniu com o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta sexta-feira (28) durante a cúpula do G20 em Osaka, um encontro "informal" e "amistoso" apesar das recentes críticas do francês, informou o porta-voz do governo do Brasil.
Os dois conversaram por quase 30 minutos, indicou o porta-voz da presidência, Otávio Rêgo Barros.
"Foi um encontro amistoso, por quê não seria?", declarou o general, sem mencionar as recentes críticas de Macron à política climática do Brasil.
Os dois presidentes abordaram, entre outros temas, o acordo de Paris sobre o clima e as negociações sobre o tratado UE-Mercosul, sobre o qual o porta-voz declarou que está "muito avançado" e que espera um anúncio sobre o acordo o mais rápido possível".
O ambicioso acordo comercial que começou a ser negociado em 1999 está sendo finalizado em Bruxelas e pode tornar-se realidade em breve, apesar das dúvidas de alguns países europeus, em especial da França, que deseja proteger seu setor agrícola.
A presidência francesa informou que a discussão entre ambos foi "muito direta" e que Macron "insistiu sobre a necessidade de que o Brasil permaneça no acordo de Paris" sobre o clima, apesar de Bolsonaro ter afirmado que não tem a intenção de abandonar o mesmo.
O Palácio do Eliseu anunciou ainda que o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, visitará o Brasil em julho.
A reunião entre Bolsonaro, representante da extrema-direita, e o liberal Macron, prevista inicialmente como bilateral (o que dá um status oficial) foi finalmente "informal" por questões de agenda, afirmou o porta-voz, que minimizou a diferença e destacou que o mais importante é que o encontro aconteceu.
Macron ameaçou na quinta-feira não assinar o tratado comercial UE-Mercosul se o Brasil abandonar o acordo de Paris sobre o clima.
O Brasil está sob uma tempestade de críticas de ONGs e de alguns governos, incluindo a Alemanha, por sua política de desmatamento.
A luta contra a mudança climática é um dos principais temas do encontro do G20, que reúne nesta sexta-feira e no sábado 20 países desenvolvidos e emergentes, uma questão que alguns países, liderados pelos Estados Unidos, não querem ver mencionada no comunicado final.