Ribeirão celebra a volta de Padre Vito

Antes do início da primeira missa de padre Vito Miracapillo após 31 anos no Brasil cidade vive expectativa
Paulo Augusto
Publicado em 07/01/2012 às 18:51
Antes do início da primeira missa de padre Vito Miracapillo após 31 anos no Brasil cidade vive expectativa Foto: Clemilson Campos/JC Imagem


Era impossível não perceber o sorriso no rosto dos moradores de Ribeirão, município da da Mata Sul pernambucana, sempre que o nome do padre Vito Miracapillo era mencionado. O religioso italiano, expulso do País 31 anos atrás, voltou neste sábado ao município que o acolheu pela primeira vez após ter recebido, em setembro passado, a autorização do Ministério da Justiça para renovar seu visto permanente, que o permitirá voltar a viver no Brasil caso deseje – e seja autorizado pelas autoridades religiosas.

“Ele (Vito Miracapillo) é uma pessoa muito boa, maravilhosa. Quando ele vem a Ribeirão o povo fica muito feliz. Por isso, sempre que podemos ajudamos”, disse a aposentada Maria José, enquanto ajudava na organização da pequena igreja de São Pedro e São Paulo, no bairro de Vila Rica, para a missa que Miracapillo celebraria à noite.

O sorriso também estava estampado na face de Valdemar Miguel, de 71 anos. Ele foi um dos inúmeros moradores de Ribeirão que, no final dos anos 1970, foram casados por Miracapillo. “O padre era uma pessoa muito querida, um homem de bem. Todos ficamos muito tristes quando ele fio embora”, recorda. Ao seu lado, Manoel José Ribeiro, 66 anos, relembra “a tristeza muito grande” que tomou conta das pessoas. “Agora, que ele foi autorizado a voltar, estamos muito felizes”. Completando o trio de amigos e “devotos” de Miracapillo, Reginaldo José Alves, 57 anos, avisa que o religioso não tem com o que se preocupar, pois “já foi embora da cidade um bocado de cangaceiros que não gostavam dele”.

Vito Miracapillo foi expulso do País em outubro de 1980, por ter se recusado a celebrar uma missa em homenagem ao Dia da Independência. Na ocasião, o religioso afirmou que o sofrido povo da cidade não tinha independência para ser celebrada. O então deputado estadual Severino Cavalcanti pediu sua expulsão do País, o que acabou acontecendo pelo governo do presidente João Figueiredo, o último da ditadura militar.

“Miracapillo era um ídolo para a cidade, uma pessoa decente. Teve uma ‘revolução’ na cidade quando ele foi embora. Se ele voltar, vai ser bom demais. Todos vão abraça-lo ainda mais”, afirmou o “fã”, José Silveira de Albuquerque, 53 anos.

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