Após se reunir com o presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Roberto Tavares, na noite de ontem, o governador Paulo Câmara (PSB) definiu quais as obras que o Estado tratará como prioritárias para minimizar os efeitos da crise hídrica em Pernambuco. Na Região Metropolitana do Recife, Paulo quer atenção total para o projeto de transposição do Rio Capibaribe.
O objetivo do governo é levar água do Capibaribe para a Barragem de Botafogo, em Igarassu, que hoje está com menos de 16% de sua capacidade e prejudica o abastecimento d´água na área Norte da Região Metropolitana. “A gente tem uma segurança de ter a barragem (de Carpina) lá atrás, fazer a captação do Rio Capibaribe e uma adutora jogando na Barragem de Botafogo. É obra estimada em R$ 30 milhões e de rápida execução, em torno de dez meses ”, informou Tavares.
O presidente da Compesa viaja hoje para Brasília com dez técnicos do governo estadual e terá reuniões com integrantes do Ministério da Integração Nacional até amanhã. Ele diz que o governador está otimista para a obtenção dos recursos necessários à transposição do Rio Cabiparibe. “Temos um projeto pronto, que fizemos no ano passado. É uma obra na zona rural e por isso mais fácil de fazer. O governador nivelou as prioridades e mandou a gente ir em frente”, disse.
Além da transposição do Rio Capibaribe, o governo estadual elencou outras duas obras como prioritárias na Região Metropolitana. Trata-se das barragens do Engenho Pereira (em Moreno) e do Engenho Maranhão (em Ipojuca). “Chegamos a um momento de tomar decisões e priorizar”, falou o presidente da Compesa.
No interior do Estado, a maior preocupação do governador é com o Agreste. Caberá ao presidente da Compesa buscar verbas para a Adutora do Moxotó e para a Adutora da Barragem de Serro Azul. “Ela está em fase final de construção para se integrar com o sistema Prata-Camivô, que atende a Caruaru, Santa Cruz e Toritama”, explicou Tavares.
O governo estadual ainda busca recursos para agilizar a Adutora do Agreste. De acordo com dados da Compesa, a obra custa R$ 1,3 bilhão dos quais R$ 450 milhões já foram executados. “Não é hora de desacelerar essa obra, principalmente em um quadro desses de seca e com prenúncio de que possa se repetir no próximo ano”, disse o presidente da companhia.
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Thiago Norões, responsável pela Compesa, se a União liberar recursos prometidos ao Estado haverá um aumento da capacidade de armazenamento d´água de 30% em cinco anos.