Como única representante feminina de Pernambuco na Câmara dos Deputados, a deputada federal Luciana Santos (PC do B) acredita que ainda não há uma consciência coletiva de que a opressão contra a mulher está presente na sociedade. Apesar de afirmar não ter sofrido discriminação de gênero em sua trajetória política, a parlamentar argumenta que indicadores sociais - como o de violência doméstica e da representação feminina no Congresso - comprovam a disparidade existente entre homens e mulheres no Brasil.
“Hoje, no País, embora as mulheres representem mais de 40% da população economicamente ativa e seja a maioria da população, segundo o IBGE, ainda há uma sub-representação feminina na política. Temos apenas 10% de representação no Congresso Nacional”, pontuou a deputada. Luciana é a terceira pernambucana a se eleger na Câmara Federal pelo Estado. Antes dela, Ana Arraes conquistou seu primeiro mandato em 2006 e Cristina Tavares, em 1978.
Luciana Santos defende que, em defesa da mulher, o Governo deve avançar em dois principais pontos: na luta contra a violência doméstica e na redução da taxa de mortalidade materna. “No geral, o País já tem um arcabouço legal em defesa das mulheres. Há várias políticas públicas relacionadas à questão da mulher, o que falta é sua efetivação. O projeto de lei que torna o feminicídio um crime hediondo, por exemplo, foi aprovado somente agora pela Câmara, mas já tramitava no Congresso há anos”, argumentou Santos. A Câmara dos Deputados aprovou na última terça-feira (3), o PL 8305/14 do Senado que altera o Código Penal e inclui o feminicídio na lista de homicídios qualificados e o classifica como crime hediondo.