O advogado Clóvis Corrêa vai propor ao primo Pedro Corrêa, ex-deputado e ex-presidente do PP, que faça uma delação premiada para contar tudo o que sabe sobre os desvios na Petrobras. Acusado de receber R$ 5,3 milhões da estatal, Pedro cumpre pena no regime semi-aberto após ter sido condenado no Mensalão e teve a transferência para um presídio em Curitiba autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta sexta-feira (10).
"Vou sugerir a ele que fale a verdade, que conte tudo o que ele sabe. Inclusive a nomeação do Paulo Roberto, que foi feita com o Lula presente, que ele já me falou", disse Clóvis Corrêa ao JC. "Se ele abrir a boca mesmo a República fecha", garante.
Pedro Corrêa deve ser transferido para Curitiba na próxima segunda-feira (13), segundo informou o chefe de Comunicação da Polícia Federal em Pernambuco, Giovani Santoro. Um helicóptero deve ir buscá-lo no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), na cidade de Canhotinho, onde ele cumpre pena em regime semi-aberto pelo Mensalão.
Nesta sexta, o filho do ex-deputado, Fábio Corrêa Neto, prometeu ao JC que iria processar o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato, que pediu a prisão do pai. Moro também foi responsável pelo mandado de condução coercitiva da esposa dele, Márcia Danzi Corrêa, acusada de ser laranja do sogro para receber parte do dinheiro desviado.
A transferência de Pedro Corrêa para Curitiba foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).