Os professores municipais de Jaboatão dos Guararapes tiveram seu movimento de greve decretado ilegal pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) nesta terça-feira (28). De acordo com o tribunal, os servidores em educação devem retornar imediatamente às suas atividades e estão impedidos de realizarem paralisações. Mesmo assim, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Município de Jaboatão dos Guararapes (Sinproja) mantém para esta quarta-feira (29) uma passeata pelas ruas do bairro de Prazeres, em conjunto com o Sindicato dos Servidores Municipais (SINSMUJG), que atende às demais categorias.
O relator da liminar, o desembargador Jorge Américo, entendeu que o movimento não possui respaldo no direito de greve. Ele ainda considerou o fato de que o município, além de cumprir o piso nacional de educação, se prontificou a dar reajuste de 6,5% para os professores e 8,2% para os demais servidores, desde janeiro. O desembargador ainda ressaltou que os serviços de educação são essenciais ao desenvolvimento das crianças e jovens e que, neste caso, sua importância prevalece sobre o direito de paralisação dos trabalhadores. Em caso de descumprimento, o Sinproja deverá pagar uma multa diária de R$ 10 mil.
O movimento de greve foi anunciado na semana passada pelo SINSMUJG. A prefeitura já tinha conseguido barrar a greve dos guardas municipais, conseguindo que a justiça declarasse a ilegalidade do ato. Agora, segundo o secretário de Administração e Assuntos Jurídicos de Jaboatão, Júlio César Casimiro, os professores haviam declarado estado de greve, mas na prática, eles realizavam a greve propriamente dita. "Mesmo em estado de greve, eles estavam paralisando as duas últimas aulas, o que prejudicava bastante o alunato. Considerando que o professor já ganha acima do piso salaria, o TJPE entendeu que deveria atestar ilegalidade", afirmou.
O secretário Júlio Casimiro destacou que acionará a Justiça imediatamente, caso haja descumprimento da determinação de suspender a greve. “Essa decisão do TJPE corrobora nosso entendimento de que o movimento é ilegal, uma vez que a Prefeitura vem cumprindo o piso. Caso o sindicato insista em manter, vamos acionar novamente o Tribunal. Não vamos abrir mão da cobrança da multa”, declarou. “É importante essa decisão porque, a partir de agora, os estudantes não serão mais prejudicados e os professores poderão cumprir o ano letivo de forma regular”, pontuou.