O deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), líder do partido na Câmara dos Deputados, um dos maiores representantes da oposição no Congresso, deu declarações, na tarde desta sexta-feira (8), afastando a tese de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) da agenda política nacional. Assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que afirmou que o impedimento da petista não adiantaria de nada, Mendonça acredita que a impopularidade da presidente não respaldaria a sua saída, ao contrário do que pensa seu aliado, o senador Aécio Neves (PSDB).
Indagado sobre a possibilidade de impeachment da presidente Dilma, Mendonça confirmou o sentimento da população nesse sentido, mas afirmou que não tem os meios para concretizar o processo. “Acredito que as pedaladas fiscais dadas pelo governo do PT configuram o crime de responsabilidade fiscal sim, mas não sou eu quem define esse aspecto jurídico”, explica o deputado. “Sabemos do alto grau de insatisfação, mas não é porque ela está impopular que ela deve sair”, completa. Para ele, é preciso que haver fatos mais concretos para se cogitar tal possibilidade.
O pernambucano deu as declarações no programa Audiência Marcada, da Rádio Jornal, na mesma semana que a Câmara Federal aprovou a Medida Provisória (MP) 665, que muda as regras de acesso ao seguro-desemprego. O deputado usou a tribuna na quinta-feira para expor sua indignação com o governo do PT, afirmando que a presidente Dilma Rousseff mentiu, quando disse que “não mexeria nos direitos do trabalhador nem que a vaca tussa”. “Ela chegou a dizer que seu adversário, Aécio, tomaria as medidas contra o trabalhador, mas foi ela quem tomou. O trabalhador não pode pagar pela incompetência do governo, ainda mais nessa época de recessão”, dispara.
Pessoalmente, Mendonça se diz favorável a alterações na legislação do seguro-desemprego, por acreditar que há muitos casos de mau uso do benefício. “Nós votamos contra pela questão de princípios de oposição e por acreditar que a presidente Dilma traiu o trabalhador. Ontem, a Petrobras reconheceu que foram perdidos R$ 50 bilhões em corrupção. Como o governo quer empurrar um ajuste de R$ 18 bilhões para o trabalhador bancar?”, questiona.