Nordeste e PSB na mira dos tucanos em 2018

Partido quer apresentar candidaturas para crescer na região que deu 12 milhões de votos de vantagem à Dilma Rousseff
Paulo Veras
Publicado em 04/07/2015 às 18:59
Partido quer apresentar candidaturas para crescer na região que deu 12 milhões de votos de vantagem à Dilma Rousseff Foto: Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara


Região que deu 12 milhões de votos de vantagem para Dilma Rousseff na última eleição, o Nordeste pode ter um papel decisivo na próxima disputa presidencial e, por isso, já está no radar do PSDB; o que passa inclusive pelas eleições de 2016. No dia 15 de agosto, Aécio lançará uma campanha de filiação ao partido em Maceió (AL), onde o prefeito Rui Palmeira é tucano.

“As últimas pesquisas mostram que o percentual de desaprovação de Dilma no Nordeste é recorde. A nossa aposta é exercitar isso com candidaturas que se contraponham (ao PT) mostrando a mentira que foi levada à população nordestina, com obras que estão paradas”, explica o deputado federal Bruno Araújo (PSDB). Segundo Adriano Oliveira, cientista político da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o candidato do PSDB precisa apresentar propostas claras para os nordestinos. “O eleitorado do Norte e Nordeste hoje reprova Dilma, apesar de ter uma boa memória de Lula”, justifica.

Recém-eleito presidente da legenda em Pernambuco, o deputado estadual Antônio Moraes diz que a sua prioridade será filiar novos militantes e reorganizar o partido no Estado para fortalece-lo para as eleições do próximo ano, principalmente no interior. “No Recife, a gente não tem nenhum compromisso com a reeleição de Geraldo Julio. A indicação de Aline Mariano (secretária municipal de Combate ao Crack) foi uma coisa pessoal. Isso não quer dizer que lá na frente a gente não possa ter um entendimento. Mas a gente tem uma candidatura extremamente competitiva que é a de Daniel Coelho e vamos trabalhar nisso”, sinaliza.

Por outro lado, o professor Roberto Gondo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, acredita que os tucanos vão tentar concentrar a força que já possuem no Sudeste e reconquistar o eleitorado mineiro como estratégia eleitoral. “Numa eleição presidencial, você não precisa ter um partido que tenha predominância no País inteiro. O forte do PSDB é o Sudeste. E se ele conseguir conquistar uma margem de 15% a 25% do eleitorado do PT na região, ele ganha”, explica.

PSB - Uma outra incógnita para a eleição de 2018 é a repetição da aliança dos tucanos com o PSB, firmada no segundo turno de 2014, após a morte de Eduardo Campos. “Eu acho que existe essa possibilidade. Mas se você for ver, não adiantou muito. Daqui do Sudeste, nós contávamos que Aécio venceria em Pernambuco. E ele perdeu também. De todos os estados do Nordeste, Pernambuco é o que mais tende a caminhar com os tucanos”, argumenta Gondo.

Mais cauteloso, Bruno Araújo lembra que a próxima disputa presidencial ainda está longe. “Nitidamente o PSB tem relações muito próximas conosco. As duas principais bases do PSB hoje são integradas nessa relação com o PSDB. A casa do PSB, que é Pernambuco, onde nós temos uma aliança no nível estadual consolidada e mantida de forma muito firme. E no principal estado do País, onde o PSB participa conosco, dividindo o governo. E eventualmente passando a governar o Estado de São Paulo com uma saída de Alckmin (para disputar a eleição). Essa relação se põe num bom momento”, corteja.

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