Após anunciar que iria a Brasília na última quarta-feira para uma reunião com os demais governadores para tratar da recriação da CPMF, Paulo Câmara (PSB) mudou de ideia e ficou no Recife. Ele atendeu a um apelo do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, que pediu aos governadores do partido que não viajassem à capital federal. O dirigente marcou uma reunião para a próxima terça-feira com o intuito de debater o pacote de ajuste fiscal apresentado pelo governo federal e também os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
“Na terça, será uma reunião consultiva e depois faremos outra na quinta-feira. Pedi que não fossem à reunião (de ontem) para que a gente converse e adote uma posição. Não será um encontro da Executiva do partido, mas uma conversa comigo, os governadores e a bancada federal do PSB”, destacou Carlos Siqueira.
Além de Paulo Câmara, o PSB tem outros dois governadores: Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal) e Ricardo Coutinho (Paraíba). O presidente nacional do partido enfatizou que a reunião é importante porque o momento exige cautela por parte dos agentes políticos. “Não podemos cometer imprudências”, afirmou.
Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, endossou a declaração do colega de partido. “O momento atual exige muita análise sobre as opções disponíveis, diante da grave crise econômica e política do Brasil”, disse.
Apesar do PSB querer unificar o discurso, esta semana a bancada do partido no Senado já se manifestou sobre o pacote de ajustes. Os seis senadores socialistas subscreveram uma nota na qual afirmam que o governo federal “apenas corre atrás do prejuízo”. No documento, também consideram “lamentável a omissão de qualquer medida de taxação de grandes fortunas ou que torne mais eficiente a cobrança dos débitos bilionários de grandes sonegadores”.
Nesta quinta-feira, Paulo Câmara estará em São Paulo para uma reunião com a diretoria da TAM para apresentação de um estudo sobre o hub que a empresa vai implantar no Nordeste. Pernambuco briga pelo empreendimento com o Ceará e o Rio Grande do Norte.