Na Câmara Municipal do Recife, a discussão sobre o Uber começa a ganhar corpo. Mesmo com uma lei que vigora no município desde ano passado proibindo serviços como os prestados pelo aplicativo, os vereadores Jayme Asfora (PMDB), Eurico Freire (Rede), Henrique Leite (PDT), Aerto Luna (PRP), Osmar Ricardo (PT) e Luiz Eustáquio (PSB) decidiram criar uma comissão nessa segunda-feira (25) para debater o polêmico tema.
O vereador Osmar Ricardo, que é líder da oposição na Câmara, afirmou que a polêmica em torno do Uber é algo que o prefeito Geraldo Julio (PSB) precisa tratar. "O que falta no Recife é o prefeito assumir a responsabilidade para que haja uma discussão mais ampla sobre o tema. A gestão precisa definir qual é o papel dos taxistas e dos profissionais do Uber", disse.
Seguindo a mesma linha, o líder do governo na Casa de José Mariano, Gilberto Alves, reiterou que houve um excesso dos taxistas contrários ao serviço. "O caminho (violência) não é esse. Pelo que soube, alguns taxistas tentam, de maneira individual, cercear a atividade - algumas vezes até com agressividade. Se há alguma insatisfação do setor, eles precisam discutir no fórum adequado, como a própria Câmara Municipal, e envolver a sociedade no assunto", comentou.
Aliás, diante da repercussão dos recentes casos de agressão envolvendo taxistas e motoristas de Uber, a sessão de ontem na Câmara do Recife foi praticamente sobre o assunto. O vereador Luiz Eustáquio, na tribuna da Casa, lamentou a informação de que o estudante Thiago Magalhães foi confundido com um motorista do Uber e agredido por taxistas. "O cidadão não pode ter tolhido o direito de ir e vir. Não estou querendo defender o aplicativo, mas daqui a pouco mortes poderão até acontencer. E quem vai resolver? Nossa cidade não pode ser terra de ninguém", alertou o socialista.