Prefeitura do Recife busca recursos para manter o Hospital da Mulher

Prefeito Geraldo Julio esteve ontem com o novo ministro da Saúde para tratar do assunto
Mariana Araújo
Publicado em 09/06/2016 às 7:00
Prefeito Geraldo Julio esteve ontem com o novo ministro da Saúde para tratar do assunto Foto: Foto: Humberto Pradera/Divulgação


A Prefeitura do Recife terá uma agenda permanente com o Ministério da Saúde para garantir o funcionamento do Hospital da Mulher, que nesta sexta (10) completa 30 dias de atendimento. A previsão é que em mais dois meses a unidade passe a funcionar plenamente. Quando estiver com todos os setores em atendimento, a unidade precisará de R$ 6 milhões mensais. Desse montante, 70% deverá ser custeado pelo SUS. Nessa quarta (08), o prefeito Geraldo Julio (PSB) esteve em Brasília para se reunir com o ministro da pasta, Ricardo Barros.

“Esse financiamento do SUS é fundamental para que o hospital esteja em plena operação”, disse o prefeito. De acordo com o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia, o governo de Dilma Rousseff liberou previamente mais R$ 2 milhões mensais ao teto do município para que a unidade começasse a funcionar. “O ministro foi receptivo, mas precisamos de uma agenda permanente com o ministério e idas a Brasília para tratar das habilitações de atendimento”, disse Correia.

A expectativa da Prefeitura é que o cronograma de atendimento do Hospital da Mulher não atrase, mesmo sem a garantia do repasse do montante restante. Quando chegar o pleno funcionamento, a unidade precisará de R$ 4,2 milhões de repasses federais, ou seja, R$ 2,2 milhões além do que recebe hoje. Os demais 30% do orçamento, R$ 1,8 milhão, são custeados pela Prefeitura, que também pode buscar convênios com o governo do Estado para reduzir esse valor.

Em nota, o Ministério da Saúde informa que "atendeu ao pleito recente de Recife para a ampliação de recursos do Limite Financeiro de Média e Alta Complexidade (Teto MAC, de custeio de procedimentos do SUS) com a finalidade de custear procedimentos realizados no Hospital da Mulher". Em abril, foi publicada destinando R$ 24 milhões anuais ao município, ampliando os repasses anuais para R$ 596 milhões.

Geraldo Julio também esteve no Banco Mundial para tratar dos trâmites da liberação do empréstimo de US$ 220 milhões. A Prefeitura levou um relatório com resultados obtidos pela gestão, mais uma fase para a ser cumprida para a liberação do crédito. O dinheiro só é aguardado, agora, para 2017, devido à legislação eleitoral, que suspende operações como esta até 120 dias antes do pleito.

De acordo com o chefe do Gabinete de Representação em Brasília, Antônio Barbosa, o rebaixamento do Brasil pelas agências de classificação de risco não deverá interferir na liberação do recurso, já que a União é a “avalista”, do processo. “A dificuldade que enfrentamos é no lado fiscal e o ambiente tumultuado que o Brasil atravessa”, disse. Após a reunião, Geraldo Julio, mais uma vez, culpou o governo federal pelo atraso na liberação. “Colocamos essa operação em condições de operar em 2015, mas infelizmente o governo federal travou a operação e agora a gente está novamente tratando com o banco para conseguir levar esses recursos para a cidade”, declarou.

Na última terça (07), o presidente da instituição no Brasil, Martin Raiser, esteve no Recife e se reuniu com nomes do governo estadual e municipal para apresentar um relatório sobre o desenvolvimento do Brasil, considerado padrão do banco. Recife foi a terceira cidade a receber o relatório, depois de Brasília, Rio e São Paulo. O documento traça um panorama do Brasil com o objetivo de identificar quais podem ser os eixos de atuação do banco. Não foram apresentados dados específicos de Pernambuco. Raiser também conheceu o Compaz do Alto Santa Terezinha. A visita é uma das etapas no processo de liberação do crédito.  

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