Suspeita integrar um esquema de corrupção que teria alimentado campanhas políticas no Estado desde 2010, a construtora OAS aparece como importante doadora de recursos nas prestações de contas eleitorais de pelo menos três políticos pernambucanos: do ex-governador Eduardo Campos - vítima de um acidente aéreo -, do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, Geraldo Julio, todos dos PSB. Segundos dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os valores investidos pela companhia nas campanhas de Eduardo para governador em 2010 e para presidente em 2014, além do montante repassado para as campanhas de Geraldo, em 2012, e de Paulo, em 2014, ultrapassam os R$ 5 milhões.
Nas prestações de contas das campanhas é possível verificar também um crescimento expressivo no investimento da OAS nas campanhas do PSB em Pernambuco. Em 2010, por exemplo, uma doação de R$ 300 mil foi registrada na declaração de Eduardo Campos ao TSE, quando este concorreu ao governo do Estado. Em 2014, quando o candidato ao mesmo cargo foi Paulo Câmara, o atual governador recebeu R$ 3,5 milhões da companhia.
As contas dos políticos revelam ainda que a campanha do prefeito Geraldo Julio foi irrigada com R$ 500 mil oriundos da OAS, uma das maiores doações recebidas pelo candidato.
Sobre o tema, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que ainda não comandava a legenda no período em que as doações foram feitas e que, por isso, não saberia informar detalhes a respeito dos repasses. Apesar disso, Siqueira afirmou que, além da OAS, várias empresas fizeram doações para estas campanhas e que tudo foi registrado e comunicado ao TSE. O presidente ainda disse que confia na correção de Eduardo Campos.
Procurada pela reportagem, a OAS informou que não vai se posicionar sobre o tema.