A oposição à gestão Paulo Câmara reforçou nessa quinta-feira (30) a tese de que é preciso federalizar as investigações sobre a morte do empresário Paulo César Morato. O depoimento mais contundente partiu do deputado estadual Edilson Silva (PSOL). “Acho que agora, na medida em que não foi confirmada morte natural, aproxima-se mais da possibilidade de homicídio”, disse.
De acordo com o parlamentar, a confirmação de que houve morte por envenenamento reforça a necessidade de federalização das investigações. “Vou conversar com a bancada federal do PSOL, com os deputados Ivan Valente e Chico Alencar, para sensibilizar o Rodrigo Janot (procurador-geral da República)”, falou.
Edilson quer ajuda da bancada para obter de Janot o aval para que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal fiquem à frente das investigações sobre a morte de Paulo César Morato. “Esse não é um caso apenas de Pernambuco. Temos interesse que se resolva porque tem a ver com a luta contra a corrupção”, defendeu.
No início desta semana, Edilson deu entrada em um ofício junto à Procuradoria Geral da República (PGR) solicitando a federalização das investigações. De acordo com o Ministério Público Federal, o pedido foi enviado à PGR por malote e deve chegar hoje a Brasília ou, no mais tardar, na segunda. As discussões sobre a federalização só poderão ser definidas após análise da PGR.
Além de Edilson Silva, outros membros da oposição endossaram a federalização após a confirmação de morte por envenenamento. “O próprio governo estadual deveria chamar a Polícia Federal para uma investigação conjunta para não dar margens a ilações”, declarou a deputada estadual Priscila Krause (DEM).
A deputada estadual Teresa Leitão (PT) faz coro. “Espero que o pedido dele seja atendido, tendo em vista que Morato estava foragido da Operação Turbulência e era um investigado pela Polícia Federal”, declarou.
Silvio Costa Filho (PRB) cobra mais transparência. “Tem que se dizer se ele se envenenou ou foi envenenado”, apontou. Ele, Edilson, Priscila e Teresa são pré-candidatos nas eleições de outubro e terão o PSB como rival nas urnas.
DEFESA - O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Áureo Cisneiros, disse que a federalização é desnecessária. “A Polícia Civil tem as qualidades técnicas para conduzir o caso. O que não pode é haver ingerência do governo estadual”, declarou, em uma crítica à gestão Paulo Câmara.