Os detalhes da investigação sobre a morte do empresário Paulo César de Barros Morato, investigado na Operação Turbulência, que apura um esquema de lavagem de dinheiro oriundo de obras públicas - como a Transposição do Rio São Francisco - para abastecer campanhas políticas, foram divulgados nesta terça-feira (30) pela delegada Gleide Angelo, da Delegacia de Homicídios de Olinda, no Grande Recife. Segundo o inquérito, Morato se suicidou e entrou sozinho no motel Tititi, onde foi encontrado morto por evenenamento no dia 22 de junho.
Três meses após a morte de Morato, a polícia afirma que 17 perícias foram realizadas ao longo da investigação. As imagens do circuito interno de segurança do motel foram analisadas e apontam que o empresário entrou sozinho no local. A condução da investigação foi alvo de polêmica por conta de divergências entre a perícia papiloscopista e o trabalho inicial do Instituto de Medicina Legal (IML). Para a polícia, a violação do local do crime não foi algo ilegal e o procedimento dos funcionários do motel foram todos corretos.
De acordo com Gleide Angelo, ninguém entrou ou saiu do quarto do motel enquanto o empresário esteve lá. "Não tenho nenhum indício, nem meio, de crime", garantiu. A perita criminal Vanja Coelho explica que "não foi encontrado nenhum sinal externo de violência no corpo da vítima".
Paulo Morato foi encontrado sem vida no Motel Tititi, situado no bairro da Sapucaia, em Olinda, no dia 22 de junho deste ano, apenas um dia após a Polícia Federal deflagrar a Operação Turbulência no Estado. Em decorrência da operação, a PF prendeu os empresários João Carlos Lyra, Eduardo Freire, Apolo Santana e Arthur Rosal, que também participariam do grupo criminoso que, segundo a investigação, desviava dinheiro para campanhas políticas. Todos permanecem no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.
A Polícia Civil já havia confirmado que o empresário morreu após ingerir chumbinho, os detalhes divulgados hoje apresentam a confirmação da morte por suicídio.
No quarto do motel, foram encontrados pen drives, celulares, três frascos e uma garrafa de água com cheiro ruim.