A Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Estado (Alepe) aprovou, na manhã desta terça-feira (16), o projeto de lei que cria o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope). Após discussão entre deputados estaduais de oposição contra os governistas, o projeto teve a constitucionalidade aprovada por todos os parlamentares presentes. Apenas Edilson Silva (PSOL) se absteve. O projeto segue agora para tramitação nas comissões de Finanças e Administração Pública.
O projeto foi debatido na presença do coronel da PM Roberto Santana, que representou o comando da corporação. A defesa do projeto começou a com a exibição de um vídeo sobre a atual Companhia Independente de Operações Especiais (Cioe), mostrando o treinamento dos policiais. O militar mostrou, também na apresentação, que cerca de 15 Estados já possuem um Bope, inclusive cinco do Nordeste - Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Bahia e Alagoas.
O líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB) questionou a necessidade de se criar um Bope em Pernambuco. Segundo ele, há dez anos, quando o Pacto Pela Vida foi criado, o assunto foi levantado e não foi apontada a necessidade, na época, de se criar o batalhão especializado, mantendo a Cioe.
"Apresentamos o projeto e o governo acatou. A transformação do Cioe em Bope só transformará em Batalhão, a preparação técnica é a mesma, a ação é a mesma. Nós só vamos ter o up grade do efetivo e dos equipamentos", disse o coronel. Ainda segundo o militar, o Batalhão terá como objetivo combater o crime organizado.
Também foi questionado porque o efetivo do Batalhão sairia dos atuais 150 homens para cerca de 500. O coronel explicou que o novo Bope irá agragar os atuais 117 homens da Cioe, além de 47 que estão ingressando no grupo. Serão incorporados, também, 350 policiais da Companhia Independente de Operações de Sobrevivência na Caatinga (Ciosac).
A presença de uma caveira no símbolo da Cioe e do Bope foi tema da discussão. Teresa Leitão (PT) destacou que o símbolo incentiva a violência. Segundo o coronel Roberto Santana, o símbolo reporta à Segunda Guerra Mundial, quando o exército nazista perdeu a guerra, o símbolo do exército nazista era uma cabeira. Quando foi derrotado, a bandeira foi levada pelos comandos dos países aliados.
"Nós, Polícia Militar, estamos preocupados com a questão dos direitos humanos. Tanto que npós temos uma diretoria na nossa estrutura, que trata de de nós policiais, desde a formação. Os policiais, inclusive os que irão atuar no Bope, o objetivo é defender a vida. Não será distorcido em momento algum", disse o coronel Roberto Santana.