O estudo de caso feito em Belo Jardim pelos auditores do TCE concluiu que, no município de pouco mais de 70 mil habitantes, o abastecimento d’água estava sendo feito de forma precária na zona urbana, dependendo unicamente de carros-pipa. No período em que estiveram na cidade, entre outubro e novembro de 2016, não havia distribuição na rede encanada e o atendimento emergencial, feito pela Compesa, era insuficiente para a necessidade dos moradores.
Recorrer a pipeiros particulares, sem garantias de potabilidade da água comprada, foi uma das consequências testemunhadas pela equipe. Os principais reservatórios, vistoriados, apresentavam situação crítica. “O Tabocas-Piaca, estadual, apresentava em outubro de 2016 21% de sua capacidade. Pedro Moura Jr., também estadual, já estava em colapso, e o Burity, federal, na mesma situação. Tabocas estava sendo alvo de disputa por água na região”, relatam os auditores. Poços também estavam sendo perfurados por particulares, a custo de até R$ 8 mil. Na Barragem de Tabocas havia retirada irregular da água por pipeiros. Constataram ainda medidas sendo tomadas tardiamente pela Apac, como a de limitar, posteriormente, uso do reservatório exclusivamente ao Exército e à Compesa.
O prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), em outra área do Agreste, critica, por sua vez, a falta de limpeza das barragens, para fazer o represamento na chegada da chuva, e a ausência de obras de esgoto, para despoluir os mananciais. O governo do Estado, segundo ele, perdeu R$ 87 milhões do Plano de Aceleração do Crescimento II, que seriam empregados no tratamento de esgoto da cidade, por não ter apresentado o projeto em tempo hábil.