Atualizada às 17h56
Insatisfeitos com o reajuste de 2% apresentando nessa quinta-feira (28) pela Prefeitura do Recife, servidores municipais realizaram, na manhã desta sexta-feira (28), no Cemitério de Santo Amaro, um protesto contra a gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB). Com um caixão com a foto do socialista, os servidores fazem um enterro simbólico do gestor. A categoria está em greve desde esta quinta-feira (28) por tempo indeterminado. O grupo saiu em caminhada até a sede da Autarquia de Urbanização do Recife (URB), na Avenida Conde da Boa Vista. Com a paralisação, estão suspensos serviços como departamento de iluminação pública, limpeza urbana, creches, e setores administrativos (saúde e outros serviços).
A Prefeitura do Recife apresentou durante o Fórum dos Servidores Municipais nesta quinta (26), o reajuste de 12,9% no auxílio-alimentação, que passa de R$ 15,50 para R$ 17,50 a partir do mês de outubro. Já a preocupação da PCR com o aumento do salário seria em relação a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece um limite da relação entre a Despesa Total com o Pessoal (DTP) com a Receita Corrente Líquida (RCL). No balanço do primeiro semestre deste ano, o comprometimento do orçamento com pessoal foi de 52%. Se a porcentagem do índice do DTP chegar em 48% no final do segundo quadrimestre, em outubro, a gestão municipal irá conceder 2% de reajuste. Mas se não atingir, ao invés da porcentagem, cada servidor receberá uma bonificação no valor de R$ 500 em dezembro, no caso de jornada de 8 horas semanais. Para outras jornadas, será proporcional. Já a categoria reivindica um rejuste de 14,75% no salário.
“Ele criou uma lei em 2015 que determina a data base dos trabalhadores que é no mês de janeiro de cada ano. Há três anos o prefeito não vem cumprindo essa lei. Nós viemos negociando desde janeiro, mas não há êxito, porque ele diz que não tem dinheiro. Faz negociação setorial, mas na hora de implantar não pode. Então, para que discutir Plano de cargos e Carreiras, para que discutir projeção se diz que não tem dinheiro?”, questionou o presidente do Sindicato dos Servidores do Recife (Sindsepre), Osmar Ricardo.
Para a diretora do Sindsepre, Lúcia Miranda, a proposta da Prefeitura do Recife não trouxe avanços. "Nada mais de avanços. Nossos planos de cargos e carreira também não avançaram em nada. Por conta disso decidimos a greve com um grande número de servidores que aderiram. Já aconteceu essa semana a ocupação dos professores, somos solidários a eles. Pretendemos nos unir a todos os servidores para fortalecer a nossa luta", acrescentou.
A prefeitura informou que neste ano foram realizadas cinco Mesas Gerais de Negociação Salarial e mais de 40 Mesas Setoriais. Segundo o secretário de Admnistração de Gestão e Pessoas, Marcos Muniz, o município passa por uma situação financeira difícil, não diferente de outras cidades do Brasil. “É um reflexo da crise política e econômica. Apresentamos uma proposta condizente com o que a gente poderia pagar, de reajuste de 2% desde aconteça a redução do comprometimento da receita em relação a receita de pessoal. Nós estamos demonstrando a responsabilidade com a prefeitura. Nossa prioridade é pagar as progressões da categorias, mas desde que seja uma coisa responsável”, explicou o secretário.
Uma nova rodada de negociação está prevista para a próxima quarta-feira (2). Será aplicada falta para os servidores que aderirem a mobilização.