Ambiguidade na constituição causa instabilidade, diz Armando sobre Lula

O senador Armando Monteiro Neto (PTB) irá visitar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, preso no último sábado (7). Em entrevista a Geraldo Freire, na Rádio Jornal, Armando se defendeu sobre a posição quanto o processo envolvendo o petista. "Ao visitá-lo e expressar minha solidariedade, não significa dizer que estou me contraponto ao pronunciamento da justiça", esclarece. Ainda de acordo com o senador, o entendimento ambíguo da constituição no que se refere à prisão em segunda instância cria um clima de instabilidade jurídica.

Ele destacou que a maioria dos resultados de julgamentos a respeito do assunto foram equilibrados, muito por conta do entendimento dúbio. "Sempre 6 contra 5. Não houve uma unanimidade contínua". E continua: "A constituição diz que para a formação da culpa você precisa de trânsito em julgado. A pergunta que precisamos fazer é: não existindo a culpa, pode haver a punição?" questiona o PTBista. "Essa ambiguidade é o que dá margem para tanta divisão no meio jurídico", conclui.

Sobre qual seria seu posicionamento sobre uma possível PEC (Proposta de Emenda Constitucional) a respeito do assunto, Armando foi taxativo. "Eu como legislador, se tivesse que votar, votaria pela possibilidade de cumprimento (da pena) na segunda instância. Mas reconheço que há uma ambiguidade que precisa ser esclarecida".

Ouça trecho da entrevista

Eleições pernambucanas de 2018

Ainda na entrevista, Armando Monteiro Neto reafirmou que a frente de oposições ao atual Governador do Estado de Pernambuco, intitulada Pernambuco Quer Mudar, irá lançar um único candidato até o fim de abril. "Ainda não há definição. Aquele que for escolhido, terá o meu apoio", afirmou, esclarecendo que os nove partidos integrantes do mesmo conjunto têm se reunido diariamente.

Armando Monteiro ainda se mostrou positivo quanto às intenções de voto: "Temos uma posição nas pesquisas que nos estimula". Questionado sobre a possibilidade de Fernando Bezerra Coelho (MDB), um dos senadores que lidera o grupo, ser o candidato escolhido, afirmou que "o importante é não colocar os projetos individuais na frente" (sic). O próprio Armando ainda está no jogo. "Estou pronto para apoiar e ser apoiado", defende.