Em entrevista à Rádio Jornal, na manhã desta quinta-feira (14), o ex-ministro da Defesa e Segurança Pública Raul Jungmann (PPS) afirmou com todas as letras que não defende a possibilidade da liberação do porte de armas no Brasil. Segundo o Jungmann, os brasileiros tendem a pensar de maneira individual e não que um coletivo também estará armado.
"Se você liberar o porte de armas, que eu espero que não venha a acontecer, lembre ao seu filho se ele: 'pegou a sua 38? Mas por que pai?' 'Porque os seus amiguinhos estarão armados'. Então é muito simples, ou você tem melhorias em termos de segurança que a maior parte da população não acredita ou você vai para a auto tutela, que é o seguinte: segundo o IPEA, 1% a mais de armas, 2% a mais de homicídio. Essa é a minha visão", cravou o ex-ministro.
O pernambucano ainda explicou que não será apenas um cidadão armado e sim diversas pessoas inclusas na sociedade. "As pessoas pensam assim: 'eu tenho uma arma', mas não se esqueça que todos também terão uma arma. Porque a gente raciocina dentro da lógica individual, que 'a polícia não lhe dar segurança, que a criminalidade está tomando conta das ruas, preciso defender a minha família, eu preciso defender meus filhos, eu preciso me armar'. Muito bem, quero lhe dizer que todos estarão armados. Então se você tem arma, o vizinho que está colocando o som alto também tem arma", acrescentou.
No último mês de janeiro, o ex-ministro ainda afirmou não acreditar que a flexibilização da posse de armas, decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, vá ajudar no problema da segurança pública no Brasil.
"Não acho que vai melhorar, porque mais armas, mais mortes. Mas vamos ver como vão ser as estatísticas daqui a seis meses, um ano", afirmou.
Sobre Moro, o pernambucano elogiou a gestão dele sob o comando da pasta de Defesa durante o governo Temer. "Tenho uma ótima relação com o ministro, ele fez elogios à nossa gestão. Eu acho que o pacote de medidas legislativas está indo na direção certa e ele é um brasileiro extremamente qualificado para isso", afirmou. Jungmann falou ainda que a complexidade da crise das prisões no País precisa ser colocada como pauta importante da sociedade e política pública.