Em um discurso que durou menos de dez minutos e sem a promessa de novos anúncios para o Nordeste, Jair Bolsonaro (PSL) se comprometeu a ajudar os 'irmãos do Nordeste', para que a região prospere. E para isso aconteça, colocou a disposição os ministros que formam o seu governo para receber novas ideias. O evento aconteceu na manhã desta sexta-feira (24), no Instituto Ricardo Brennand, zona Oeste do Recife,
"O que nos queremos, com toda certeza, é que nossos filhos sejam melhores do que os pais. Só assim conseguiremos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. Nós queremos fazer o possível para ajudar os irmãos do Nordeste", afirmou.
Bolsonaro também relembrou uma série de anúncios para a região nordestina da sua gestão e de outras passadas. Segundo ele, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, encaminhará para as famílias mais pobres 200 toneladas de milho por um preço mais barato pelo programa 'Vendas em Balcão de Milho'. O programa tem como objetivo permitir que os criadores e as agroindústrias de pequeno porte tenham acesso aos estoques oficiais do governo em igualdade de condições com os médios e grandes criadores, por meio de vendas diretas a preços compatíveis com os dos mercados atacadistas locais.
Ainda anunciou o satélite apresentado pelo ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, que trouxe internet para um milhão de estudantes. No fim, o capitão reformado ainda ressaltou a importância do Bolsa Família, onde disse que era obra feita antes dele. "Eu apenas sou maestro de uma orquestra. Nossos ministros trarão para os senhores o.que merecem. Nossos ministros estarão à disposição para aperfeiçoar o plano para trazer justiça para a região", cravou o presidente.
Por fim, Bolsonaro lembrou da reforma da Previdência e de como ela trará novos investimentos internacionais para o Brasil. "Nós temos um desafio que não é meu, mas dos governadores e prefeitos, que e a reforma da Previdência. Sem a qual, não poderemos fazer nada daqui. Gostaríamos que nada fosse alterado, mas é direito do parlamento", completou.
Em seguida, se despediu do público presente e disse que já sente saudades da região.
O encontro faz parte da agenda do presidente que começou no Recife, onde o capitão reformado participa da reunião do conselho deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O colegiado fará a apresentação do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste e do projeto de lei que o instituirá, a ser encaminhado ao Congresso Nacional.
Ainda na capital pernambucana, Bolsonaro se reúne com os governadores da região e de Minas Gerais e Espírito Santos, que também fazem parte da Sudene. Agora, o presidente segue para Petrolina, onde entrega um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida. No fim da tarde, a previsão é que ele deixe o Nordeste e siga para o Rio de Janeiro.
O presidente se reuniu no Instituto Ricardo Brennand, complexo cultural da capital pernambucana, com 11 governadores. Todos da região estão presentes - Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Além deles, também foram convidados os governadores de Minas Gerais e Espírito Santo, abrangendo parte do Sudene. Parlamentares nordestinos, que cobravam a ida do presidente à região, também foram chamados.
Na primeira entrevista após assumir o cargo, Bolsonaro disse que os governadores nordestinos não deveriam pedir dinheiro a ele. "Não venham pedir nada para mim, porque não sou presidente. O presidente está lá em Curitiba", disse ele, em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. Bolsonaro, porém, argumentou que não abriria uma guerra política para não prejudicar os eleitores. "Não posso fazer uma guerra com governador do Nordeste atrapalhando a população. O homem mais sofrido do Brasil está na Região Nordeste. Vamos mergulhar para resolver muitos problemas do Nordeste."
A viagem de Bolsonaro foi precedida de encontros com esses governadores. Em uma reunião recente em Brasília, ministros palacianos apelaram por mais apoio à reforma da Previdência. Argumentaram que, apesar das diferenças políticas, não era mais tempo de "palanque". Os governadores disseram entender a necessidade da reforma, mas cobraram proteção aos pobres do Nordeste.
Durante visita presidencial a Pernambuco, apoiadores e críticos do presidente Jair Bolsonaro (PSL) foram às ruas da Capital para manifestar seus posicionamentos. O presidente desembarcou no Aeroporto Internacional do Recife na manhã desta sexta-feira (24) às 9h20 e seguiu para agenda no Instituto Ricardo Brennand, localizado na Várzea, Zona Oeste do Recife.
Em frente ao Instituto, dezenas de pessoas se aglomeravam. Munidos de faixas e cartazes vermelhos, os protestantes mais críticos ao presidente, dividiam o microfone para discursar e entoavam músicas do anos 70 e 80. Houve princípio de confusão, mas já foi contida.
O batalhão de Choque chegou ao local pouco depois. Do lado das manifestações de apoiadores, o grupo veste verde e amarelo e carrega bandeiras do Brasil. Além de também dividir o microfone para discursos.