Igor Maciel*
A eleição no Recife é uma das prioridades de Bolsonaro. Ele já anunciou isso em entrevista recente. Junto com Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, a capital pernambucana foi citada mais de uma vez pelo presidente. O que se sabe é que as prioridades de Bolsonaro, antes de serem uma estratégia geográfica ou de ocupação política, tratam-se de lugares onde ele já tem candidatos definidos, ao menos na própria cabeça. Outro problema é que todas as opções que surgem dependem de definições partidárias.
No Recife, por exemplo, as opções são amplas. Joaquim Francisco (PSDB), que teve o nome incluído nesse grupo, é uma delas. Pouca gente sabe, porque os movimentos foram sempre muito discretos, mas o ex-governador tem ido a Brasília para conversar com Bolsonaro em momentos pontuais. Ele vem atuando como uma espécie de conselheiro para assuntos sobre o Nordeste já há alguns meses. De perfil conservador, o pernambucano agrada bastante, mas não é o único cotado.
A prioridade ainda é Gilson Machado, presidente da Embratur. Por ser muito próximo do presidente, é o preferido. E também por ser da confiança de Bolsonaro pode não ser candidato, se o presidente não quiser perder o auxiliar. O problema para Gilson é o partido. Ele saiu do PSL e assinou a ficha do Aliança pelo Brasil. O partido ainda não existe e, provavelmente, não vai existir em tempo hábil para a disputa. Caso insista em ser candidato, Gilson terá que procurar sigla até o mês de abril.
Joaquim Francisco dependeria do próprio partido também. O PSDB hoje é comandado por Bruno Araújo que é ligado a João Doria, que virou adversário ferrenho de Bolsonaro ao indicar que pretende ser candidato ao Executivo Federal. Se o PSDB quiser impedir a candidatura no Recife ou se o Presidente da República não confiar nos tucanos, Joaquim teria que sair do PSDB e também procurar outra sigla. Mas, qual?
Bolsonaro costuma fazer pouco caso dos partidos políticos e dizer que eles não têm importância, tanto que mudou de casa oito vezes desde 1988, mas a lei eleitoral diz outra coisa e o destino dos aliados, pelo jeito, também.
*Igor Maciel é colunista do Jornal do Commercio
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