Depois de viajarem mundo afora, a arquiteta Victória Moura e a psicóloga Kamilla Carvalho, ambas 26 anos, decidiram aposentar as malas para investir numa modalidade de negócio que tem atraído, cada vez mais, os brasileiros: albergues que oferecem hospedagem em quartos coletivos a preços econômicos. Debruçaram-se alguns meses sobre pesquisas do segmento e escolheram o Bairro do Recife como o local mais apropriado para acolher o Azul Fusca Hostel, que abriu as portas há quatro meses no número 328 da Rua Mariz e Barros. É a primeira opção de hospedagem por lá.
No segundo andar de um edifício da década de 1930, o albergue é uma gracinha. Com pé-direito alto, mais parece um loft: tem um ar sofisticado e, ao mesmo tempo, despojado. Sala e cozinha integradas convidam os hóspedes à socialização. O mezanino acolhedor ganhou uma dose extra de estilo com a escada usada na reforma do imóvel e que virou estante ao ficar disposta na horizontal. Os degraus se transformaram em divisórias onde foram colocados livros de assuntos diversos.
Os eletrodomésticos (fogão, micro-ondas, geladeira, máquina de lavar) são novinhos em folha – todos em tom metálico, que confere um aspecto moderno, além de uma aparência limpa e fresca ao ambiente. A cor prata, que tem um quê de futurista, passou a ser misturada no hotel a peças antigas e de design contemporâneo. Para justificar o nome do albergue, as empreendedoras espalharam fuscas azuis em cada cantinho do imóvel. “Batizamos assim o nosso hostel depois de pensarmos em várias junções que representam a brasilidade. Acho que ficou legal”, conta Victória.
Ela explica como decidiram deixar Minas Gerais, onde moravam, para aportar na capital pernambucana. Durante os levantamentos que fizeram para escolher a cidade onde abririam o hostel, decidiram conhecer o Recife. Ficaram hospedadas num albergue em Boa Viagem, Zona Sul da cidade, onde acreditavam que encontrariam um imóvel para abrir o negócio. “Bastou dar uma volta pelo Bairro do Recife, num domingo qualquer, e mudamos completamente de ideia. Foi difícil encontrar um lugar para o nosso empreendimento, mas achamos depois de bater muita perna”, conta Victória.
Ela e Kamilla investiram cerca de R$ 200 mil para realizar o sonho, que ganhou forma a partir das experiências que elas viveram nas cidades ao redor do mundo. Cerca de 50% do valor que aplicaram no hostel foram destinados à reforma. O lugar foi todo planejado e decorado por elas. “Foi criado a partir de qualidades e problemas que observamos nos albergues em que já ficamos. Não admitimos, por exemplo, duas tomadas por quarto coletivo. Aqui, ao lado de cada cama, tem uma tomada para o hóspede não ter que ficar na fila para carregar o celular e o notebook, por exemplo”, diz Victória.
Por falar em quartos, o Azul Fusca tem dois tipos de acomodação: uma destinada às mulheres e outra para uso de hóspedes de ambos os sexos. Cada cômodo tem capacidade para 12 pessoas. As camas (cada uma com um ganchinho onde fica estendida toalha de banho) ficam superpostas e fixadas numa armação, como num beliche. “Oferecemos acesso gratuito à internet em alta velocidade e em todos os ambientes do hostel, inclusive nos quartos”, informa Victória, que também faz questão de dizer que o albergue coloca à disposição dos hóspedes um computador, localizado na sala. “Também pensamos nos mochileiros que viajam sem notebook para evitar o peso na bagagem.”
Na diária, que custa R$ 45 por pessoa, está incluso o café da manhã, que tem horário estendido: das 8h às 11h. “Pensamos nos hóspedes que gostam de aproveitar a boemia da cidade, chegam tarde para dormir e, consequentemente, acordam depois das 10h, hora em que muitos estabelecimentos hoteleiros finalizam o serviço de café da manhã”, diz Victória.
Serviço:
Azul Fusca Hostel – Rua Mariz e Barros, 328, 2° andar, Bairro do Recife. Telefone: 3023-5007. Mais informações: azulfuscahostel.com
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