Desvendando os segredos das motos do globo da morte

Reportagem do Jornal do Commercio foi até o Le Cirque para saber a preparação das motocicletas utilizadas no espetáculo
Filipe Farias
Filipe Farias
FILIPE FARIAS
Publicado em 26/04/2015 às 8:07
Foto: Foto: André Nery/JC Imagem


Um dos momentos mais aguardados pela plateia do circo é, sem dúvidas, o globo da morte. O número que envolve destemidos pilotos fazendo manobras radicais com suas motos desperta no público um sentimento de apreensão, medo e suspense. Muitos que assistem ao espetáculo se questionam: como eles conseguem realizar as piruetas sem baterem? Qual o segredo que envolve as motocicletas utilizadas na apresentação? A reportagem do Jornal do Commercio foi até o Le Cirque, que está em suas últimas apresentações no Recife, para desvendar esses e outros mistérios.

Logo de cara percebemos que as motos selecionadas para encarar o globo da morte são de estilo cross ou off-road. Esses modelos são escolhidos por terem um motor com menos cilindradas e por serem mais leves, o que facilita na hora de executar as manobras. Outro motivo, segundo os globistas, é porque elas oferecem uma suspensão que consegue absorver os impactos mais facilmente, sem transmitir a carga para o piloto.

Com relação à preparação das motocicletas, os pilotos garantem que elas não sofrem nenhum tipo de adaptação especial para encarar o desafio, mas que é necessário ter cuidado constante com a manutenção. “As motos que usamos são as mesmas que rodam nas ruas. Elas não sofrem nenhuma modificação. O que fazemos para que tudo dê certo é revisar toda parte mecânica antes e depois de cada apresentação”, disse Stevan Stevanocich, um dos integrantes do globo da morte. Os equipamentos que mais sofrem com o desgaste intenso das peripécias realizadas com as motos são: suspensão, freio, pneu, corrente, raios das rodas e quadro, que constantemente precisam ser revisados para não que não aconteça nenhum tipo de acidente durante o espetáculo.

Se engana quem pensa que só basta ter uma máquina bem preparada para encarar o globo da morte. É preciso muito treino para superar o grau de dificuldade de completar todas as manobras e tingir a perfeição. “Realizo esse número há 15 anos e estou junto com essa formação do Le Cirque há um ano. Já sabemos a forma de pilotagem de cada um, pois existe um entrosamento entre todos os participantes”, contou o globista Emerson Costa.

Foto: André Nery/JC Imagem
Le Cirque - Globo da Morte - Foto: André Nery/JC Imagem
Foto: André Nery/JC Imagem
Le Cirque - Globo da Morte - Foto: André Nery/JC Imagem
Foto: André Nery/JC Imagem
Le Cirque - Globo da Morte - Foto: André Nery/JC Imagem
Foto: André Nery/JC Imagem
Le Cirque - Globo da Morte - Foto: André Nery/JC Imagem

O JC acompanhou uma apresentação. Do lado de fora do globo, sentimos a sensação de apreensão, medo e adrenalina se misturarem a cada manobra realizada. Antes de começarem a girar, os globistas afirmaram que a velocidade média atingida por eles era de 70 km/h, mas durante o número, a impressão é que as motos estavam a 120 km/h. Para realizar o looping (girar de cabeça para baixo) sem que os pneus das moto percam a aderência com o globo, eles revelaram que o segredo era manter a velocidade constante - em caso de uma redução quando se está na parte superior do globo, corre-se o risco de a moto cair. 

O Le Cirque está na Av. Boa Viagem, próximo ao Hospital da Aeronáutica. Telefone: 9712-9800. 

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