Carreiras e Mercado de Trabalho

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Por Felippe Pessoa
Carreiras e Mercado de Trabalho

Existe um tempo ideal para trabalhar na mesma empresa?

Conheça as vantagens e desvantagens de ficar muito ou pouco tempo no mesmo emprego

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Felippe Pessoa

Publicado em 19/07/2021 às 7:00
Será mesmo que devemos permanecer a vida toda na mesma empresa ou devemos mudar sempre? O equilíbrio deve ser a resposta ideal - Shutterstock/Reprodução

Encontrar um bom emprego e se adaptar à cultura da empresa é um desafio e tanto. Nem sempre no processo seletivo é possível perceber se a empresa tem aderência a suas perspectivas de vida e carreira, e acaba sendo um risco aceitar um novo emprego. Quando dá certo, a tendência é que o profissional fique ali por muitos anos e faça carreira. Mas será que esse é um bom caminho? Ou o ideal é ir atrás novas oportunidades em busca de crescimento e novas experiências? A resposta é simples: depende de cada caso.

Anos atrás, os profissionais faziam carreira na mesma empresa. A geração dos baby boomers e a geração X tinham por convicção que ao encontrar um bom emprego, deveriam permanecer na empresa a vida toda; era um sinal de lealdade ao empregados, mesmo que os desafios fossem escassos e a rotina massacrante. Mas essa dinâmica mudou. E muito. A geração Y começou a entender que o tempo na empresa deve ser proporcional aos desafios e as possibilidades de crescimento que ela oferece. E que mudar pode ser uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos e manter-se entusiasmado com o trabalho. Afinal, fazer a mesma coisa a vida inteira pode ser entediante para muitos. Já a geração Y, que está entrando no mercado de trabalho agora, vai ainda mais longe. Para eles, o ideal é trabalhar por projetos que tenham começo, meio e fim. Na visão deles, o mercado de trabalho é dinâmico, evolui constantemente e ficar parado não é uma opção.

Mas será que existe um lado certo e um errado? Será mesmo que devemos permanecer a vida toda na mesma empresa ou devemos mudar sempre? O equilíbrio deve ser a resposta ideal. Não existem regras pré-estabelecidas, mas os recrutadores enxergam os extremos com maus olhos. Para eles, profissionais que trabalham há 15, 20 anos na mesma empresa têm vícios e uma visão muito específica de determinado negócio e cultura empresarial. Obviamente eles têm muito valor, são leais e conhecem profundamente seu trabalho. Mas, por outro lado, o mercado atual demanda uma visão mais generalista e diferentes experiências, além de vivência com gestores e subordinados diversos, o que dá mais flexibilidade e olhar mais amplo em relação ao negócio. Já os que ficam pouquíssimo tempo nas empresas, os famosos pula-pula, e que trabalham por 1 ou 2 anos no máximo em casa passagem profissional, mostram instabilidade e pouca capacidade de dar continuidade ou concluir algum projeto importante para a empresa.

Uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2014 mostrou que os profissionais brasileiros ficam, em média 161,2 semanas em um posto de trabalho, ou seja, em média 3 anos. Esse tempo varia muito de acordo com a faixa etária – os mais velhos tendem a ser mais estáveis, ao contrário dos mais jovens. Uma dica importante para os agoniados de plantão é ficar, ao menos, 1 ano na empresa, mesmo não estando 100% satisfeito. Esse período é o mínimo para entender a dinâmica da empresa, as atividades e as perspectivas de futuro e, só assim, tomar a decisão de ficar ou não. Nos processos seletivos, a dica é ser honesto. Se o recrutador questionar o porquê de tão pouco tempo em casa passagem, será breve, sincero e destaque o que conseguiu fazer enquanto trabalhou na empresa. Já os profissionais que estão há anos na mesma empresa, devem contar suas trajetórias e mostrar que evoluíram, foram promovidos e tiveram uma carreira de fato, com desafios diferentes e novos aprendizados.

No mundo corporativo, não há um tempo padrão de permanência na empresa, o que importa é a evolução do profissional. Por isso, que cada caso é um caso e cada um tem uma história para contar. Naturalmente, o empregador vai investigar e buscar entender suas atividades e resultados em cada experiência profissional, e é nesse momento, que você deve destacar que cresceu e conquistou novos conhecimentos. Se você tem uma história sólida e construtiva para contar, o tempo é o de menos. Por isso, cada um deve fazer uma autoanálise e entender se está estagnado ou continua se desenvolvendo no emprego atual. Essa resposta deve ser a chave para buscar ou não um novo desafio.

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