Durante um processo seletivo, os profissionais perguntam recorrentemente sobre o pacote de benefícios oferecido pela empresa. Além da remuneração, eles olham com atenção o que compõe o pacote de benefícios, que pode se tornar decisivo no momento de aceitar ou não uma proposta de trabalho. Historicamente, as empresas de grande porte têm benefícios mais atraentes e as de médio e pequeno porte acabam tendo maior fragilidade em seus benefícios. Mas isso depende muito da maturidade da empresa e de como ela lida com a gestão de pessoas.
Os benefícios não são nenhuma novidade e têm o poder de atrair e reter bons funcionários. Até pouco tempo atrás, as empresas tinham um pacote fixo de benefícios oferecidos a seus funcionários; o que mudava eram as vantagens em relação ao tempo de casa ou a senioridade do cargo. Um pacote básico é formado por plano de saúde, transporte e vale-refeição ou vale-alimentação. As empresas mais maduras sabem a importância de bons benefícios e acabam ofertando incentivos de educação, planos de aposentadoria e seguros de vida, por exemplo. Mas será que padronizar os benefícios a todos os funcionários é interessante? A resposta é talvez. Para algumas empresas pode funcionar bem, mas, a nova tendência do mercado é flexibilizar os benefícios.
Os benefícios flexíveis dão ao funcionário a opção de tomar suas próprias decisões dentre algumas opções preestabelecidas. Funciona como uma espécie de cardápio, na qual o colaborador escolhe os benefícios que mais se adequam às suas necessidades. Por exemplo: uma mãe de família pode optar em ter auxílio-creche, enquanto um jovem pode optar em incentivo educação para ter desconto em um curso de pós-graduação. Essa flexibilidade é extremamente vantajosa, porque os funcionários escolhem aquilo que de fato usarão. Afinal de contas, de que serve um auxílio-creche para alguém que não tem filhos?
Para operacionalizar isso de maneira simples, as empresas usam, geralmente, um esquema de pontos. Funciona assim: cada benefício equivale a uma quantidade de pontos calculado com base no custo dele para a empresa, assim como cada cargo tem direito a uma quantidade de pontos. A partir daí, os funcionários acessam o “cardápio de benefícios” e fazem suas escolhas. Naturalmente, as mudanças só podem ser feitas após determinado período para que o RH consiga se organizar e ter uma previsibilidade maior. Na maioria das empresas, o prazo mínimo para mudanças é de 6 meses ou um ano.
Até hoje, as empresas que experimentaram a flexibilidade nos benefícios têm encontrado funcionários satisfeitos. Os benefícios são muitos:
- Controla a rotatividade
Reter talentos é desafiador, mas empresas que oferecem bons benefícios saem na frente. Muitas vezes, o salário não é dos melhores, mas o profissional tem auxílios como refeição, alimentação e combustível, por exemplo. Outros podem ter creche na empresa onde conseguem deixar seus filhos em segurança. Outros podem estudar e crescer na carreira com auxílios educacionais. Tudo isso são ferramentas usadas pelas empresas para atrair e, principalmente, manter bons talentos em suas bases.
- Promove a diversidade
Diversidade é assunto em pautas nas empresas; diversidade de raça, sexo, idade, ideias, comportamentos. E por que não de benefícios? A era dos benefícios padrão está passando. Oferecer algo que os funcionários não usam não gera resultados nem engajamento. Dar a opção de escolha é um ato de inclusão das empresas.
- Promove a satisfação dos funcionários
Funcionários satisfeitos produzem mais e geram mais resultados. Tem justificativa melhor para oferecer bons benefícios? Empresas que valorizam seus funcionários escutam suas demandas e fazem por onde colocá-las em prática. A flexibilização dos benefícios é democrática e agrada a todos, cada um do seu jeito.
- Melhora a imagem da empresa
O mercado está de olho nas empresas mais interessantes para se trabalhar. E os profissionais também. Aquelas que tem boa reputação e são consideradas boas para trabalhar saem na frente no chamado employer branding, ou seja, desenvolvem uma marca empregadora que se espalha no mercado e atrai os melhores talentos.
Se você é um profissional e não dá muito valor aos benefícios, fique atento. Eles podem fazer a diferença não só no pacote de remuneração, mas também na sua satisfação em relação ao trabalho. E os empregadores devem estar sempre preparados para o novo. E eles sabem que para atrair e reter os melhores profissionais é preciso investimento, flexibilidade e olhar atento aquilo que os eles mais desejam.