O processo de ruptura de um vínculo de trabalho é doloroso, independente se a iniciativa foi da empresa ou sua. É bem verdade que, quando o profissional resolve pedir demissão, ele tem mais tempo para se preparar para as emoções do rompimento que está por vir. Já quando a empresa desliga, o susto pode ser grande e o trauma ainda maior. O período de luto é natural, mas é preciso dar a volta por cima e encontrar caminhos para se reinventar e seguir.
A rotina de trabalho, as horas no escritório - que muitas vezes ultrapassam a que passamos em casa – e o convívio com os colegas criam um vínculo forte do profissional com a empresa que é difícil de superar. A sensação de vazio é natural e, por isso, é muito comum que os primeiros dias gerem um sentimento de perda e de não conseguir se encaixar no mundo. Mas, tudo passa e a vida segue; por isso, é preciso viver as emoções geradas pela perda, sem perder a hora de reagir.
De acordo com especialistas, a primeira fase é digerir o impacto, aquela fase de choque quando o inesperado acontece. A segunda é de raiva, indignação e sentimento de injustiça. A pergunta “por que eu?” ecoa e bagunça ainda mais as ideias. O importante é não levar para o pessoal. Sem dúvidas é um desafio entender as razões que a empresa justificou na demissão, mas é preciso entender que ela também tem seus motivos e nem sempre demite porque quer, mas porque precisa. Por isso, a dica é manter o networking com seus colegas e antigos chefes; eles podem ser a ponte que você precisa para se recolocar lá na frente.
Outras dicas são superimportantes e podem te ajudar na hora de superar a demissão e virar a página:
- Entenda o que houve
Muitas vezes, o profissional sente que a demissão está chegando, mas nega para si mesmo. E aí, vem o choque. Se você está verdadeiramente chocado e sem entender o motivo da demissão, faça uma autoavaliação para saber se errou, onde e como.
Tem muita empresa demitindo por conta da crise econômica, mas se a razão não foi exatamente essa, vale entender e aprender com os erros para não os repetir.
- Não se desespere
O choque da notícia pode dar uma sensação de desespero e isso não é incomum, afinal, as responsabilidades em casa são muitas. Mas tente manter a cabeça fria e saiba que esse não é o fim do mundo. Todo e qualquer profissional que está empregado pode ser demitido, independente de idade, sexo ou nível hierárquico.
A primeira sensação é de que não vai mais conseguir se recolocar, mas calma. Tem boas oportunidades para todo mundo e quem tem experiência e boas referências não passa sufoco.
- Se planeje financeiramente
É absolutamente impossível prever o tempo que levará para uma recolocação. Pode levar uma semana ou um ano até você encontrar uma nova vaga que dê match com sua carreira, seus objetivos e os da empresa. Por isso, organize-se financeiramente.
Esse não é o momento para extravagâncias, gastos desnecessários, nem investimentos desconhecidos. Entenda quanto tempo você consegue segurar as pontas em casa com as economias e a rescisão e economize.
- Pondere sobre as opções de futuro
A demissão tem seu lado positivo. E um deles é a oportunidade de ponderar sobre sua carreira. Quando estamos trabalhando há muito tempo em determinada área ou empresa, a tendência é seguirmos no automático. Essa pausa pode ser uma excelente oportunidade de entender se é isso mesmo que te faz feliz, se você quer seguir no mesmo caminho ou se prefere traçar novos rumos.
- Faça networking
Se tem alguém que pode lhe ajudar nesse momento difícil são seus amigos e colegas de confiança. Por isso, não tenha vergonha de contar o que houve e peça ajuda. As boas relações são capazes de abrir portas e encurtar o caminho entre a demissão e a entrada em uma nova empresa.
- Cuide da sua saúde mental
Por último e extremamente importante: cuide da sua saúde mental. Não se deixe levar pelo pessimismo e o sentimento de derrota. Repito: quem está trabalhando pode ser demitido a qualquer momento e isso não é motivo de vergonha. Sendo assim, medite, faça uma caminhada, um exercício de sua preferência e, com isso, evite depressão, estresse e pânico.
Ser demitido é chato, incomoda, mas a vida segue. Pode não parecer, mas muitas vezes ela vem para mostrar algo ainda melhor.