Operação da Polícia Federal. Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil
Um dos alvos da Operação Blackout, 38ª fase da Lava Jato deflagrada nesta quinta (23), seria o empresário Apolo Vieira Santana, um dos implicados na Operação Turbulência. Enquanto a Blackout mira operadores do PMDB, a Turbulência tem como foco um esquema que teria movimentado R$ 600 milhões, segundo a Lava Jato, e envolve campanhas do PSB e do falecido ex-governador Eduardo Campos. Mas ele foi poupado da prisão por negociar delação com o Ministério Público Federal (MPF), responsável por investigar a Turbulência.
Em 24 de janeiro de 2017 veio à tona a informação de que Apolo, João Lyra e Eduardo Leite, os três principais empresários envolvidos na Turbulência, teriam fechado delação premiada para entregar detalhes do esquema, o que supostamente incluiria obras públicas pernambucanas, além de obras federais em Pernambuco.
Até agora, porém, faltava a confirmação sobre o acordo de delação, até porque uma das premissas desse tipo de negociação é que seja mantido sigilo até sua homologação.
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No caso de Apolo, essa confirmação veio hoje, com a divulgação dos documentos da Blackout: o juiz Sérgio Moro chegou a decretar a prisão de Apolo, na operação que seria deflagrada nesta quinta. Mas o próprio Moro revogou o pedido, após saber que ele negocia delação premiada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Apolo tem sido, até aqui, o pivô das maiores reviravoltas da Turbulência. Foi por causa dele, por exemplo,
que a Justiça chegou a determinar o trancamento do processo que mirava em 18 réus envolvidos na operação, com base em um erro do Ministério Público Federal (MPF).
Na Blackout, Apolo é ligado a uma offshore internacional, o que torna o esquema ainda mais intrincado, tendo em vista que já havia aparecido na Turbulência até mesmo uma ligação com uma empresa de fachada localizada no Uruguai.