A pesquisa Ibope/JC/Rede Globo apontando empate técnico entre os candidatos João Campos (PSB) e Mendonça Filho (DEM) é a confirmação da polarização que se imaginava para a eleição do Recife.
Imaginava-se, porque era impossível que a grande exposição dos debates nacionais nos últimos meses, entre esquerda e direita, não influenciasse a campanha em cada canto do Brasil, inclusive por aqui.
A perspectiva sobre quem seria o representante da direita conservadora nessa disputa local é que estava em jogo e ainda está.
Hoje, o ex-ministro Mendonça Filho, com 19%, parece ser visto como essa representação. Campos tem 23%.
Logo em seguida, nesse campo, com 11%, Patrícia Domingos (Podemos) chega 8 p.p atrás de Mendonça.
E outros, como Alberto Feitosa (PSC), Marco Aurélio (PRTB) e Charbel (Novo), ou não pontuam ou alcançam 1%.
O eleitorado conservador, bolsonarista, portanto, está em maioria, identificado com Mendonça Filho.
Na esquerda, chama atenção o patamar de largada em que Marília Arraes (PT) se encontra. É abaixo do que vinha sendo especulado pela equipe dela e por apoiadores que a colocavam como líder da campanha. Os 14% da petista a colocam para brigar por espaço direto com a Delegada Patrícia Domingos, apesar de Marília ainda estar tecnicamente empatada com Mendonça, dentro da margem de erro, segundo o Ibope.
É apenas a primeira pesquisa do Instituto na eleição do Recife este ano. Muita estrada ainda há pela frente para os candidatos.
Mas os números mostram que o debate nacional estará no centro desse jogo.