A Polícia Militar de Pernambuco, como as polícias de todos os estados, possuem mecanismos e ferramentas para manutenção da hierarquia.
Uma dessas ferramentas é a troca de comando que é feita pelo governador.
Paulo Câmara (PSB), na terça-feira (1º), finalmente fez uma fala firme dando um direcionamento sobre a polícia que espera oferecer aos cidadãos. É importante.
Disse ele: "...uma polícia dura contra o crime, mas que seja guardiã dos direitos humanos e da cidadania. Não uma polícia que atire no rosto das pessoas ou que impeça alguém ferido de ser socorrido...". Foi forte e demarcou bem seu posicionamento.
O discurso veio após o pedido de exoneração do comandante da PM. Mas uma pergunta ainda está no ar e não foi respondida em nenhuma ocasião: quem deu a ordem para que acontecesse o que aconteceu?
O secretário de Defesa Social, que estava na sala de monitoramento, já falou em livre arbítrio, já disse que se ausentou da sala em determinado momento, falou para deputados da Alepe, mas a pergunta não foi respondida.
Mesmo que todos os comandantes de batalhões envolvidos sejam trocados, como se fala que pode acontecer nos próximos dias, caso essa pergunta não seja respondida, o assunto não termina.
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Em outro momento político, seria apenas um erro de julgamento momentâneo. Neste, é preciso avaliar se a PM está sob o controle hierárquico do governador ou não. Trocar o comandante, foi uma busca por isso?
A resposta, seja qual for, é séria demais para ser tratada em sigilo.