O deputado federal Osmar Terra (MDB), que fala hoje à CPI, quer fazer todo mundo acreditar que suas previsões, todas erradas, eram apenas "uma observação pessoal de momento".
A comissão mostrou que, ao longo dos últimos 15 meses, Terra gravou vídeos e deu entrevistas dando previsões. "Vai acabar no mês que vem", foi a frase mais usada pelo deputado nesse período, em quase todos os vídeos.
Terra é um "surfista da esperança humana", o sujeito que se aproveita de uma crise para vender solução e ficar em evidência. Em toda situação difícil, o momento mais esperado por qualquer um, naturalmente, é o alívio da dificuldade.
Há quem use religião. Há quem use receitas milagrosas para ganhar dinheiro ou ter felicidade fácil. Numa, pandemia, o que se oferece é o fim dela e a volta à normalidade.
Osmar Terra planta uma falsa esperança para colher holofotes políticos. Usa sua condição de médico para ampliar a credibilidade. Fora isso, é como qualquer falso profeta, que se apoia na ignorância alheia para ter evidência.
São argumentações que não resistem a uma pesquisa honesta ou a uma discussão aberta. Na CPI, por exemplo, o deputado tentou vender a Suécia como um país que não decretou Lockdown e teve bons resultados.
Foi desmentido em dois segundos. O governo da Suécia caiu, na segunda-feira (22), por causa dos maus resultados. A Suécia teve os piores números da Escandinávia na pandemia.