No Twitter, no Brasil, a vacina indiana Covaxin já é um dos principais assuntos discutidos.
Mas, ninguém fala sobre a eficácia dela ou sobre quantas pessoas ela imunizou.
Pouco se fala sobre a segurança que é baixa, sobre a representante dela nos EUA ter desistido de pedir autorização emergencial porque não há documentação sobre testes da fase 3.
Ninguém quer discutir a falta de transparência da fabricante.
Todos esses assuntos são acessórios e utilizados apenas se o objetivo for politizar. O que todo mundo quer é saber se essa vacina pode derrubar o presidente da República, por causa do escândalo que se formou em torno de sua aquisição. E se houve o crime, precisa haver punição.
Aconteceu algo parecido com a Sputnik V. Por semanas se discutiu se a vacina era do presidente ou dos governadores.
Por semanas se discutiu se a Anvisa estava retardando a aprovação da vacina por questões políticas, apesar da falta de transparência dos russos, apesar de não haver testes registrados, apesar de a equipe de fiscalização da Anvisa ter sido enganada quando foi visitar o laboratório na Rússia.
Mas tudo virou política rapidamente.
A pergunta que é preciso fazer, nessa altura, em que governadores, prefeitos e presidente são associados a vacinas como se fossem suas realizações políticas: quantos brasileiros já foram imunizados com a Covaxin ou com a Sputnik V?
A resposta é: nenhum.
Politizar tudo e esquecer o essencial, também mata.