Em ambientes de poder, como Brasília, costuma-se dizer que ninguém pode sangrar, porque o "cheiro" é sentido de longe.
Parecer atordoado atiça os predadores.
A denúncia do deputado Luiz Miranda (DEM-DF) no qual os próprios políticos não confiam muito, sobre a compra das vacinas indianas, não tinha chamado tanta atenção, até que o governo demonstrou preocupação excessiva e o ameaçou.
Vendo que havia algo errado com o nervosismo do ministro e até do próprio presidente, os membros da CPI e os jornalistas começaram a aprofundar a denúncia.
Agora, já foram descobertas provas de documentos que o governo disse que não existiam.
A coisa é tão séria que os senadores, que nem com muita necessidade costumam trabalhar na sexta-feira, deram expediente.
Esta semana, mais um exemplo do amadorismo da equipe de Bolsonaro. Não sabem lidar com crises e geram crises que nem existiam.
Em visita ao RN, o presidente posou com operários em fotos. Alguns fizeram gestos em alusão a Lula (PT).
Se houvesse controle, a imagem não tinha sido publicada. Mas, foi, e no site do Ministério do Desenvolvimento.
Como diz o ditado sobre emendas e sonetos: piorou depois. Primeiro, tentaram justificar dizendo que, na verdade, eles "apontaram pro céu, pra Deus".
Ficou ainda mais curioso, porque era como se o ministério estivesse tentando fazer "interpretação de dedos".
Quando viram que ninguém se convenceu e as redes sociais começaram a ferver com a foto e a resposta, decidiram apagar a imagem.
Claro, ajudaram a prolongar o assunto e a crise.