Bolsonaro, que ainda nem conseguiu escolher um partido para disputar a reeleição, vai precisar começar a se preocupar com a possibilidade de nem ir ao 2º turno na eleição de 2022.
Era algo inimaginável há algumas semanas, mas a condição de sua popularidade segue se deteriorando e a polarização que ajudava pode começar a ameaçar.
Como ninguém cresce muito fora do eixo Bolsonaro-Lula, qualquer um dos dois líderes que se descole, pode vencer na primeira fase do pleito. Hoje, o petista tem essa vantagem.
A pesquisa do IPEC, instituto formado por ex-executivos do Ibope, apontou essa possibilidade pela primeira vez com mais força.
Além de apresentar Lula (PT) com 49% e Bolsonaro com 23%, o resultado trouxe todos os outros candidatos somando 15%. Juntos, todos os candidatos abaixo de Lula não lhe alcançam. A eleição terminaria no 1º turno.
Claro que é muito cedo para fazer esse tipo de projeção. Mas, ela precisa estar no radar do atual presidente.
Em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (25), o professor Maurício Romão apontou uma dificuldade também para Lula. Ter Bolsonaro em queda pode ser um risco para o ex-presidente.
"Se Bolsonaro cair muito e for ultrapassado por outro candidato do centro, pode ganhar mais evidência o antipetismo e, não havendo o antibolsonarismo na outra ponta, pode não ser bom para Lula", explicou.
É nisso, aliás, que Ciro Gomes (PDT) aposta. A equipe do ex-governador cearense acredita que se Ciro for para o segundo turno, contra Lula o contra Bolsonaro, vira presidente da República, apoiado na rejeição do adversário que, nos dois casos, é grande.
Mas, por enquanto, Ciro está com 7%.