O jovem governador do Rio Grande do Sul que, hoje, circula pela Capital e pelo interior de Pernambuco, não está para brincadeira quando diz que vai ser candidato a presidente.
Eduardo Leite (PSDB) deu entrevista à emissoras estratégicas no estado, ontem, e demonstrou que pode romper a barreira da distância geográfica com estudo e preparo.
Antes de pegar o avião e desembarcar por aqui, a equipe de assessoria dele fez cópias de programas de rádio e TV locais. Ele teve acesso a textos com análises e reportagens sobre os principais temas da região. Escutou, leu, assistiu.
Quando chegou, sabia exatamente com quem e sobre o que estava falando. No Passando a Limpo, da Rádio Jornal, foi perguntado sobre a economia do Rio Grande do Sul, deu uma explicação sobre como as coisas funcionam por lá, mas emendou falando sobre Transnordestina, Porto de Suape e até sobre o Arco Metropolitano.
Superficialmente? Não. A entrevista chamou mais atenção porque ele tinha dados e apontou direcionamentos a serem trabalhados para solucionar questões regionais.
Falou de economia, de infraestrutura, falou da necessidade de equilíbrio político.
É surpreendente, ainda mais vindo de alguém que surgiu para o cenário nacional devido à necessidade de um grupo do PSDB ter alguma arma contra João Doria (PSDB), o governador de SP.
Abriram a brecha e ele escancarou a porta sem precisar chutar.
Resta saber se o PSDB terá coragem para apostar em algo novo. Diferente, do que fez nos últimos 20 anos.
Para ser candidato, Eduardo Leite precisa vencer as prévias no partido. João Doria (PSDB) é favorito por ser governador do maior estado do País, mas, em pesquisas nacionais, os dois estão no mesmo patamar.
Doria, mais conhecido, nem ameaça o terceiro colocado Ciro Gomes (PDT), por exemplo.
Em campanha interna, Leite vem aqui encontrar a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), que é a presidente estadual do partido e pode ser candidata ao governo do Estado.
A aproximação acontece num momento em que ela precisa se afirmar como candidata, e ele precisa ficar mais conhecido.
Ambos teriam como comparar trajetórias. Ela é prefeita de uma cidade do interior e quer ser governadora. Ele foi prefeito de Pelotas (e não de Porto Alegre), antes de disputar e vencer a eleição para o governo.
Ambos representam renovação.
No futuro, a ponte desta semana pode ser importante para que o gaúcho tenha um bom palanque no Estado.