Em um país do tamanho do Brasil, quando se está negociando palanques para uma eleição nacional, os discursos têm sua forma modificada de acordo com o estado ou região.
Tem lugar que se reza para a chuva e tem lugar onde se reza pra não chover, se não alaga.
Mas, as reuniões de articulação que Lula (PT) realiza em Brasília, e também a maioria das que estão sendo feitas por ele no Brasil, têm uma característica em comum.
Não é a oposição a Bolsonaro. Até isso se negocia.
O inegociável, nesses encontros, tem sido: entrar sem o celular.
Os interlocutores que já conversaram com o petista dizem que a preocupação é grande. Há um temor de que qualquer fala mais "informal", vire um escândalo capaz de atrapalhar a candidatura do ex-presidente.
Por causa disso, o esquema é bem minucioso. Até para quem deseja fazer foto do encontro, dependendo de quem for, o PT disponibiliza o próprio fotógrafo.
Nada de foto improvisada no celular, pra evitar pegadinhas.
Não é algo novo para quem se encontra com Lula. Em 2016, no auge do impeachment de Dilma (PT), quando o ex-presidente tentava salvar o mandato da colega, aconteceram várias reuniões num hotel de Brasília, em que se tentava convencer os parlamentares a salvarem o mandato.
O que se sabe que acontecia lá dentro é de "ouvir falar". Celular era proibido dentro do quarto.