Fazer as pazes é algo bom. Desvencilhar-se do orgulho, tirar o peso das costas e seguir em frente, em qualquer relação, é algo sensato e demonstra espírito altivo.
O problema é que tanto a guerra como a paz arrastam terceiros em suas correntes. E, não raro, esses terceiros se sentem feitos de bobos, de palhaços.
A relação do PSB com o PT é a maior fábrica de bobos da história política recente em Pernambuco.
No último fim de semana, João Campos (PSB) e Lula (PT) se encontraram, conversaram, e o papo terminou com os dois saindo da sala abraçados.
Campos é o atual prefeito do Recife graças a uma pesada campanha antipetista feita há menos de um ano contra a deputada federal Marília Arraes (PT).
João, que estava atrás nas pesquisas, precisava de votos da direita, a mesma que votou e vota em Bolsonaro. Para isso, relacionou o PT à corrupção.
Num debate, na TV Jornal, chegou a ironizar a adversária, afirmando que por ser do PT, ela não poderia falar contra a corrupção. Em outro momento, tentou assustar o eleitorado de direita, afirmando que se ela ganhasse, a direção nacional do PT estava de malas prontas para "mandar em Pernambuco".
Campos conseguiu assustar os eleitores e reavivou o antipetismo que também fez Bolsonaro vencer em 2018. A direita votou nele e no seu discurso antipetista.
Menos de 11 meses após isso, corta para João Campos e Lula abraçados.
A fábrica de bobos está a todo vapor.