Os governadores resolveram congelar o ICMS sobre os combustíveis a partir de 1º de novembro.
A medida é muito bem vinda, digna de méritos.
Mas é curioso porque, nos últimos meses, os governadores se esforçaram bravamente para negar que tivessem qualquer responsabilidade com o aumento dos combustíveis.
O argumento era, exatamente, que o ICMS era fixo e não tinha variação.
Sabe-se que, mesmo teoricamente fixo, havia uma variação na base de cálculo. Na ânsia de dizer que nada tinham a ver com os aumentos, na briga para se colocar como contraponto a Bolsonaro, esqueceram de explicar esse detalhe.
No início de setembro, a gasolina subiu R$ 0,08 por causa desse "ajuste" na base de cálculo em Pernambuco. É pouco diante do tanto que o combustível subiu nos últimos meses.
É lógico que qualquer pessoa minimamente despida de julgamento ideológico entende que a maior responsável pelos aumentos é a Petrobras e o descontrole fiscal do governo Federal que faz o dólar disparar.
Sim, a responsabilidade maior é de Bolsonaro, mas não é somente dele.
Curioso também é que a ideia de congelar a base de cálculo venha após um aumento. Fica parecendo que primeiro aumentou pra congelar, depois, num valor mais alto.
Aproveita-se a retórica para a política, sem perder muito dinheiro.
Os governadores terem resolvido fazer algo, ao invés de só ficarem nas redes reclamando, é digno de elogios, muitos.
Mas, faz pensar bastante.