Para confirmar a ida ao PL de Valdemar Costa Neto, Bolsonaro fez algumas exigências, mas a principal foi a autonomia para colocar quem ele quiser e definir chapas nos estados.
Após muita negociação, Valdemar aceitou entregar todos os diretórios estaduais ao presidente, menos um: São Paulo.
A transação é, na verdade, um tipo de aluguel parecido com o que foi feito no PSL em 2018. Bolsonaro manda na sigla até o fim da eleição, elege seus deputados por ela e, no fim, entrega de volta para Valdemar uma gorda verba eleitoral.
Em maior ou menor grau, o acordo é que Bolsonaro poderá filiar seu grupo e indicar nomes para disputarem a eleição.
A notícia é uma bomba para o grupo de Anderson Ferreira (PL).
O prefeito de Jaboatão dos Guararapes comanda o partido em Pernambuco e apesar de ter uma relação com o presidente, de quando eram colegas no parlamento, tem se afastado para não ser contaminado pela rejeição alta dele na região.
Anderson está num grupo com Raquel Lyra (PSDB) e Daniel Coelho (Cidadania), dois partidos inseparáveis, hoje, até porque tudo indica que vão formar uma federação nacional.
O PSDB rompeu com Bolsonaro recentemente, apesar de ter ainda alguns deputados que votam com os bolsonaristas.
Já o Cidadania é oposição dura ao governo.
Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, diz que os palanques nacionais e estaduais não precisam ser iguais.
Já o Cidadania tem dito que vai tomar uma decisão apenas quando a filiação for oficializada.
A entrada de Bolsonaro no PL mexe com o palanque da oposição sim.
Talvez Bruno Araújo não lembre como foi a eleição de 2018, mas "turma do Temer" virou mote para a campanha do PSB, contra ele inclusive, por mais que se tentasse falar que "palanques não eram os mesmos" e por mais que o próprio PSB fosse responsável pelo governo Temer.