A eleição para a próxima vaga do TCU, que acontece nesta terça-feira (14), no Senado, é curiosa.
Primeiro porque todos são vistos como favoritos. Os três candidatos estão bem colocados nas discussões internas.
Antônio Anastasia (PSD-MG), Kátia Abreu (PP-TO) e o pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB) dizem que têm os votos necessários para serem escolhidos.
Dos três, apenas Anastasia não tem ou não está sendo apoiado por alguém com problemas na Justiça, incluindo o Tribunal de Contas.
Kátia Abreu, uma das favoritas, apesar de não ter processos contra ela, tem como principais cabos eleitorais Renan Calheiros (MDB) e Ciro Nogueira (PP), que dispensam maiores explicações sobre seus currículos como investigados.
Ela também conta com apoio do PT. Os petistas estão de olho na vaga no Senado, já que o suplente dela é do partido.
O outro favorito é o pernambucano Fernando Bezerra Coelho. FBC consegue a proeza de ser alvo de pelo menos seis inquéritos ou procedimentos na Justiça e em tribunais de contas em todos os cargos que ocupou antes do Senado.
É acusado de crimes que teriam sido cometidos quando foi prefeito de Petrolina (PE), secretário de Desenvolvimento de PE, dirigente do porto de Suape e também quando foi Ministro da Integração Nacional no governo do PT.
Só isso.
A função do ministro do Tribunal de Contas da União é, vejam só, fiscalizar o uso de dinheiro e julgar as contas de gestores públicos, entre outras coisas.
Na prática, para quem é investigado, estar lá dentro ou eleger um ministro resolve a vida.
E esta vaga, aberta com a saída de Raimundo Carrero, é de escolha exclusiva do Senado.
Em fevereiro de 2022, outra vaga será aberta com a saída de Ana Arraes, atual presidente do TCU. Ana só se aposenta e deixa o cargo em julho, quando completará 75 anos, mas a eleição do substituto deve ser adiantada por causa das eleições.
A vaga da pernambucana é exclusiva para escolha da Câmara dos Deputados.