A demora de Raquel Lyra (PSDB) para deixar clara sua intenção de ser candidata ao governo do Estado, quando todo mundo já sabia e esta coluna afirmou, com bastante antecedência, que ela estava decidida, teve consequências.
Quadros como a deputada estadual Alessandra Vieira e o marido dela, o ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe Edson Vieira, deixaram o PSDB porque não sabiam como seriam montadas as chapas para a Alepe e para a Câmara Federal.
Garantem que não houve atrito, apenas queriam uma definição.
Acabaram migrando para o partido de Miguel Coelho, o União Brasil, na janela que se fecha agora, exatamente porque encontraram previsibilidade.
Miguel se apresentou antes ao eleitorado e, o principal nessa fase, aos prefeitos e candidatos a deputado.
A coluna conversou com um pré-candidato a deputado federal que, ainda no fim do ano passado, reclamava que queria apoiar a prefeita de Caruaru, mas que não podia definir nada porque, nem em privado, ela confirmava a intenção.
Por maiores que fossem as dúvidas, por mais que todos apontassem a possibilidade de Luciano Bivar, presidente nacional do UB, planejar outro cenário, Miguel sempre insistiu que será candidato.
Isso faz diferença na hora de atrair forças para o palanque. Raquel correu atrás do prejuízo, fez filiações importantes na reta final da janela partidária, mas poderia ter conseguido muito mais se tivesse sido clara sobre a candidatura desde o início.
Foi-se o tempo em que se fazia política apenas com segredo e se trabalhava com a perspectiva de que, definições ficam apenas para a última hora.
Vitórias eleitorais têm sido, cada vez mais, frutos de ondas que surgem quando menos se espera, ao longo do processo.
É preciso já estar na água para aproveitar. Quem fica na areia, precisa correr atrás do prejuízo depois.