A principal receita para bater o carro, no trânsito, é demorar para decidir. Não tomar uma decisão provoca acidentes. A Frente Popular trabalha em Pernambuco para provocar acidentes por causa da própria indecisão.
Em 2020, quando os candidatos da oposição discutiam para ver quem seria candidato à prefeitura do Recife, o que mais se ouvia no PSB era o comentário jocoso sobre os adversários "não conseguem nem se entender sobre chapa, imagina governar a capital do estado".
Hoje, o cenário é caótico com PSB, PT, PSD e, agora, PCdoB, brigando sobre a vaga para o Senado. Danilo Cabral (PSB), o pré-candidato que nem era o preferido dos aliados e foi empurrado para encerrar especulações, tenta fazer campanha sozinho, sem saber quem será seu companheiro ou companheira de chapa.
Este é o momento em que você argumenta: "mas a oposição, praticamente, também não indicou nenhum candidato ao Senado, apenas Gilson Machado (PL)".
É verdade.
Mas alguém está vendo briga por essas vagas?
Não há espaço para confusão. São quatro palanques e ninguém está brigando. Isso abre um questionamento paralelo: é melhor uma união onde ninguém se entende ou uma divisão que trabalha em sintonia? Dá outro texto sobre isso.
Fato é que, quando todo mundo precisa conviver, num palanque ou no trânsito, é essencial que decisões sejam tomadas com rapidez.
Ou, em algum cruzamento, na indecisão geral, alguém ultrapassa o sinal e se lança ao Senado, colocando em risco o trânsito inteiro.
E cabe a piada de 2020: "se ninguém se entende por algo tão simples, imagina pra governar"