Na Idade Média, uma estratégia que se tornou popular em batalhas era o chamado "Movimento de pinça".
A manobra também é conhecida como "duplo envolvimento".
Funcionava com a cavalaria atacando os flancos do adversário, as duas laterais, simultaneamente, obrigando o inimigo a abrir sua guarda, enquanto um grupo avança pelo centro, num tipo de corredor.
Danilo Cabral (PSB) vai enfrentar algo semelhante no pleito próximo. Receberá a carga de duas cavalarias pelas laterais. De um lado, Marília Arraes (SD) tentará capturar votos lulistas que poderiam fortalecer a campanha do PSB. Usar a foto do ex-presidente petista, mesmo sem o apoio explícito, exerce uma pressão contra Danilo.
Na outra lateral, Anderson Ferreira (PL), com Bolsonaro no palanque, vai se apoiar na polarização nacional e no voto evangélico para confrontar o adversário. O voto evangélico é "duro", difícil de reverter.
Quem se defende muito, não tem tempo de avançar e abre espaços. Miguel Coelho (UB) e Raquel Lyra (PSDB) aproveitam o corredor. Os quatro acabam se encontrando mais à frente, no meio da disputa, quando a pinça fecha, provavelmente no segundo turno, com algum integrante do grupo avançando.
Nos últimos 16 anos, nunca houve uma certeza tão grande no segundo turno.
Mas, um alerta: isso é teoria. Prática é outra coisa.
Na guerra, movimentos de pinça nem sempre dão certo, porque quem ataca fica vulnerável em suas bases.