Quando enchentes castigaram a Bahia, no fim do ano passado, muito se discutiu sobre a importância de gestores públicos estarem presentes, vendo o problema de perto para poder atuar. Bolsonaro (PL) foi muito criticado, com absoluta razão, por seguir com suas férias enquanto a população baiana sofria.
Ele mandou dinheiro e, para ele, era suficiente. Errou e errou muito.
Boa parte da esquerda fez coro nessas reclamações, principalmente PT, PDT e PSB.
Por isso, é de estranhar que de sexta-feira (6) pra cá, quando várias famílias perderam suas casas e quase morreram queimadas num incêndio no Recife, nem o prefeito e nem o governador tenham feito qualquer tipo de visita ao local.
A velocidade com que a prefeitura trabalha, a da Rede Social, tende a ser tão ágil quanto superficial, serve de aparência como uma postagem no Instagram. Mas nem isso foi feito.
Ofereceram ajuda de R$ 1,5 mil por mês para cada família, pelas redes sociais, mas ninguém pisou lá.
E olha que não é um lugar de difícil acesso não. Basta ir em Boa Viagem e, no caminho, dar uma paradinha. Fica ao lado esquerdo no sentido zona sul, se não souberem o endereço.
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Vale avisar que, mesmo antes do fogo, eles já viviam ali, caso ninguém tivesse visto antes.
O Brasil é um país de miséria poética disfarçada como "protesto". Tem que ache quase bonito viver na beira do rio, numa palafita. Há quem faça política explorando isso.
O problema é quando tem pisar na lama, sentir o cheiro e ouvir reclamação de moradores.
Precisam-se de gestores que estejam dispostos a isso. Tem um manual bem simples sobre como fazer isso.
Chama-se: Constituição Federal.