Choveu muito e toda chuva no Recife é uma tragédia.
Como se chuva fosse algo que nunca se espera, quase sempre há mortes e transtorno e quase sempre gestores sendo pegos de "surpresa" com o “ineditismo”.
Rápida pesquisa em notícias sobre chuvas anteriores e sempre é a mesma conversa com algum ineditismo fabricado.
No Recife, os grandes feitos fabricados fazem parte do folclore e até dão charme à cidade. A “maior avenida em linha reta” é um exemplo, é pitoresco. Mas, quando isso é usado para disfarçar incompetência, fica difícil achar legal.
A chuva que caiu começou sendo classificada como a “terceira maior da história”, depois virou a “terceira maior dos últimos 40 anos”, depois surgiram dados da própria prefeitura com chuvas ainda maiores em 2016 e 2019 que só foram divulgados porque pessoas ligadas à oposição pesquisaram e divulgaram.
O objetivo do prefeito era dar a entender que foi um fenômeno tão grande, tão inesperado, tão absurdo, que competência nenhuma seria suficiente. Não é verdade.
Foi muita água, sim. Mas os transtornos poderiam ser evitados.
Há outros lugares no Brasil e no mundo em que chove tanto ou mais que na capital Pernambucana. E são cidades que convivem normalmente com a água.
O que tem de diferente no Recife em relação a outras cidades onde chove até mais? Os gestores.
Essa conversa de “maior chuva da história” toda semana não convence mais.